terça-feira, 28 de agosto de 2012

HOJE ERA UM DIA ESPECIAL / PASSOU DA MEIA-NOITE


Hoje costumava ser um dia especial. um dia que eu tinha marcado na agenda, no caderno, no calendário em cima da mesa. Um dia que eu planejava desde o começo do mês. Imaginava planos mirabolantes para surpreender e inovar, fosse por meio de uma carta, um cartão, um post, uma foto em uma rede social ou até mesmo com um presente mais físico. Ainda que distante, nunca deixei de estar presente nos últimos doze anos nesta data, que era junto com o Natal, uma das datas pela qual eu mais esperava, pois era dia de estampar o amor mais lindo que eu sentia, de fortalecer aquilo que eu mais valorizava... O verbo, como vocês podem ver, está no passado. Acabou que hoje, virou só mais um dia. Agosto é agora, só mais um mês.
Sábado aconteceu algo - e só nessas horas a gente vê como age o destino. Arrumando umas coisas no meu quarto, encontrei um papelzinho dobrado. Neste papel estava um texto que escrevi em julho do ano passado, chorando escondida da "fonte de inspiração", e que quando achei que existia conserto para um cristal quebrado, desisti de postar este texto. Coisas foram acontecendo e eu achei que ainda existia esperança e que o amor prevaleceria acima das diferenças e dificuldades. Sendo assim,o mesmo ficou guardado até este fatídico sábado e seu acontecimento fulminante que terminou com o encontro deste texto perdido.
Sabendo agora que este texto faz sentido, e que este dia virou só mais um dia, é com o coração apertado que vou postá-lo, não sem antes dizer que tentei tudo que podia. Que ele ficou dobrado e perdido no fundo de uma gaveta, porque eu tentei mudar a realidade que esta inspiração me mostrou há mais de um ano atrás. Eu não queria que ela se realizasse, fechei os olhos para não ver mas foi inevitável, porque não adianta eu querer segurar essa estrutura sozinha. Não aguentei o peso. E agora o texto tristemente será postado aqui.

PASSOU DA MEIA-NOITE

Existem algumas coisas que a distância rouba de nós. Algumas coisas que por mais que eu queira, nunca mais serão as mesmas. Laços, que por mais fortes e duradouros que sejam, vão sofrendo pequenos abalos e quando a gente percebe, já não exibem mais a mesma perfeição.
O tempo não para e infelizmente, isso acarreta mudanças que nós não podemos reverter. Não adianta dar murro em ponta de faca e sorrir fingindo que tá tudo bem, porque não tá!!! Inevitavelmente o tempo e a distância nos roubaram a cumplicidade ímpar que nós não temos mais como recuperar.
Por mais que seja doloroso admitir, tá tudo muito diferente e não tem como a gente negar. Alguns valores se mostram incompatíveis, algumas ideias correm totalmente em direções opostas e os sonhos são tão paradoxais que não há como explicar.
Constatar isso dói. Traz lágrimas aos meus olhos e me faz perder o sono nesta madrugada (ao contrário de você, que já dormiu faz tempo) e vir me refugiar no único lugar onde me sinto segura: nas palavras. Então é papel e caneta na mão e o coração vai se expondo, porque sabe que aqui, não há o que temer.
Enquanto choro, fico pensando nas voltas que a vida dá e o quanto as coisas mudam sem que a gente possa evitar. É triste saber que não há modo de voltar atrás para impedir que tudo isso aconteça e não deixar que nada abale nossos pontos em comum. Mas como eu já disse, o tempo não para e um dia a gente cresce para perceber que inevitavelmente pra andar pra frente, a gente acaba tendo que deixar algumas coisas para trás.
E não adianta eu lutar, dizendo que não quero ser uma adulta que desliga a TV e vai dormir só porque passou da meia-noite. Não adianta resistir ao inevitável. Quanto mais eu resisto, mais ele acontece.
É, a distância abalou coisas que eu achei que nunca iriam mudar. O tempo mudou convicções que eu tinha como eternas. Então quem sou eu pra dizer que nada mais vai mudar daqui pra frente? Pois é, eu não sou ninguém. E também não sei de nada. Como já disse alguém mais sábio do que eu "SÓ SEI QUE NADA SEI". E não há maior verdade do que essa.

Ufa! Pronto, acabou. O texto escondido finalmente se revela.
Tristemente, passou da meia-noite para nós e já passou faz tempo. Não existe programação na madrugada deste canal. Por mais que eu não queira, tá na hora mesmo de desligar a TV.

If someone said three years from now
You'd be long gone
i'd stand up and punch them out
Cause they're all wrong
I know better, cause you said forever
And ever, Who knew?

(...)I guess i just didn't know how
I was all wrong
They knew better
Still you said forever
And ever, Who knew?

Se alguém dissesse há três anos
Que você iria embora
Eu levantaria e socaria todos eles
Porque eles estariam todos errados
Eu sei melhor, porque você disse para sempre
E sempre, Quem diria?

(...) Eu acho que eu não sabia como
Eu estava totalmente errada
Eles sabiam melhor
Ainda assim você disse para sempre
E sempre, Quem diria?

(Who Knew? - Pink)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

É PROIBIDO JOGAR LIXO


Antes de começar a ler, saiba que utilizei um palavrão nesta postagem, mais de uma vez, e pensei em colocá-lo censurado cheio de símbolos para encobrir, mas aí eu estaria mais uma vez engolindo um sapo e isso iria contra o propósito deste post que é o de botar tudo pra fora. Então, desculpem-me, mas eu precisava "falar".

Ando muito triste ultimamente. Hoje, durante uma crise de choro depois de uma briga boba em casa, foi como se eu pudesse ver um filme passando diante de mim e eu comecei a questionar o porquê de toda essa tristeza.
Ando me sentindo como um depósito de lixo, onde todo mundo vai atirando toda a porcaria que não presta. Tô guardando muitos sentimentos ruins - raiva, ciúme, inveja, mágoa - e isso não faz mal nenhum pra quem tá jogando fora e sim, para mim.
Em um dos meus filmes favoritos - O Diário da Princesa - existe a seguinte citação: "Ninguém pode te fazer se sentir inferior sem o seu consentimento". E é exatamente o que eu tô fazendo: deixando as pessoas fazerem de mim um ser inferior. Uma porcaria. Um lixão. "Jogue aqui toda a sua sujeira". Eis a placa que ando carregando.
A verdade é que tá me faltando mandar um - e agora peço desculpas aos meus leitores mas como diz a música "eu vou enfiar um palavrão" - VAI SE FODER bem grande. Sim! Se eu tivesse mandado quem merecia nas horas em que tive vontade, talvez eu não tivesse sido atropelada pela decepção e não estivesse me sentindo tão mal como estou agora. Eu não sou um pelicano, não tenho um papo daquele tamanho e não tá cabendo mais sapo na minha goela não!!!
Então, pra você com as suas indiretas em redes sociais: VAI SE FODER!!!
Quando você tava um saco, só falava do mesmo assunto chato, repetitivo, cansativo e entediante, eu sempre te ouvi! Meu ombro pendia torto de tanto que você se apoiou! E parece também que você esqueceu que eu passei três anos jogada para escanteio, esquecida, sozinha, porque você tinha "coisas mais importantes" com as quais se preocupar. E era tão importante que a sua melhor amiga deixou de importar. Era tão importante que quando tomaste um belo de um chute, quem era a tonta que estava aí do seu lado? Eu! Esta tonta na qual agora você desconta tuas frustrações. Pois bem, eu não mandei antes em nome da nossa amizade, que agora pende jogada no topo da pilha de lixo que você despejou sobre mim. Pois bem, agora então eu te mando: VAI!!!
Você, que me deletou, me excluiu, me bloqueou e agora me trata como se eu fosse invisível e inexistente: VAI SE FODER!!!
Você é a pessoa mais insuportável que eu já conheci em toda a minha vida!!! Todo sistemático, metódico, certinho. Ainda assim, te chamei de amigo e fiquei do seu lado mesmo quando você se tornou tudo o que disse que jamais seria. Mesmo quando você fez milhares de coisas que enchia a boca para condenar. Mas eu estive sempre, SEMPRE, do seu lado. Mesmo com toda a sua bipolaridade, estranhice, nerdice, chatice e outros montes de "ices". Quando finalmente você encontrou no meio desse iceberg no seu peito, o seu coração e chorou, adivinha em qual ombro que foi? Claro que foi no meu!!! Neste ombro que agora se encontra sob a montanha de lixo que você descartou , junto com essa que costumava ser a sua amigona e hoje é só uma peça excluída, deletada, invisível, inexistente. Pois então, como não te mandei antes, mando-te agora: simplesmente VAI!!!
Cansei de ser saco de lixo. Saco de pancada. A fofa. A boazinha. A compreensiva. Um doce de pessoa. Uma santa de tão boa.
Eu tenho TPM, sou impaciente, tô a um milhão de quilômetros de distância de ser perfeita e não tenho sequer a mínima intenção de ser. Nunca fingi ser "um doce" pra ninguém gostar de mim.
Tô aqui vomitando alguns dos sapos que engoli (não caberiam todos aqui, acreditem!). Daqui pra frente este aterro está interditado. Não vou mais deixar ninguém jogar lixo e não vou viver tentando reciclar o lixo de ninguém. A partir de agora, jogou lixo aqui, eu atiro de volta. Cada um que recicle o seu.
Sou uma pessoa, propensa a falhas. Muito mais vezes alegre do que triste. Muito mais vezes amando do que querendo matar meio mundo. Mas nunca de um humor só. HUMANA!
Carne, osso, sangue, cérebro, mas principalmente CORAÇÃO!
Gostou? Seja bem vindo.
Não gostou? Procure o lixão mais próximo para se desfazer das suas porcarias porque aqui de agora em diante, é área de preservação ambiental!!!

(...) Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades. Hoje sei que isso é ... Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de ... Amadurecimento.
(...) Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo o que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama... Amor - próprio.
(...) Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é... Saber Viver!
(Charlie Chaplin)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

ABALO SÍSMICO


Quem sou eu?
Sou aquela que você tenta fingir que não tem nenhuma importância. Aquela que se você pudesse, apagava de cada momento que ainda resta na sua lembrança.
Tudo foi sempre tão sistemático, lógico, organizado. Tudo sempre teve uma explicação, uma razão para existir. E então, eu surgi. O extremo oposto de tudo o que você entende. A chuva que cai desmentindo a previsão do tempo. O sonho em forma tangível.
Sou a anticiência, a antimatéria, a sem razão, a emoção. Aquela coisa que você vê, sem enxergar.
E é por isso que tá tudo desse jeito. Porque o meu terremoto abalou sua construção. Porque alguma coisa em mim, balançou seu mundinho perfeito. Porque eu baguncei sua organização, fiz cair por terra seus métodos, flutuei acima das suas certezas e fiz existir algo em você que não provém da razão.
Pela primeira vez não há explicação lógica e por isso não me dá motivos. Porque você não entende, e se não entende, não pode explicar. E não enxerga, porque sente e porque sente, se tranca, pois é mais fácil fugir do que admitir e enfrentar.
Pois bem, acorrente seu coração. Vista sua couraça de frieza. Aparente indiferença. Ande com ares de superioridade.
Negue.
Negue para os outros, pois nenhum deles te conhece tão bem. Negue para si mesmo o máximo que puder (sem esquecer de que cada vez que olhar no espelho, a verdade estará lá). Você já fez isso tantas vezes, não vai ser difícil fazer de novo. Negue para quem está do teu lado, mas não está dentro; que continua assim pela conveniência, porque tá certo, porque faz sentido.
Negue para quem você quiser.
Mas a cada segundo que passa, quanto mais você reforça para si e para os outros a sua negação, mais ela se fortalece para mim como afirmação.

Nem mesmo a maior montanha do mundo sai ilesa de um abalo sísmico tão impactante. Por que com você ia ser diferente?

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

BURACO NEGRO


Tem horas em que eu me pego olhando para o nada. Apenas uma pausa para contemplar o vazio dentro de mim. Outra noite, olhando para a lua cheia e para o céu estrelado, era a mim que eu via. Era como se eu pudesse ver o interior do meu coração, que neste momento está como o céu que eu enxergava: escuro, distante, profundo, infinito... Com luzes brilhantes que aparecem aqui e ali, mas não escondem totalmente a sua escuridão.
Recentemente algumas das estrelas mais brilhantes do meu céu começaram a se apagar. E a grande contradição disso tudo é que mesmo sabendo que estrelas são infinitas, nascem e morrem o tempo todo, eu não quero deixar estas se apagarem. E assim o meu céu está um caos, pois eu venho lutando contra sua natureza, tentando impedir o inevitável, tentando preservar o pouco brilho de luz que ainda resta, tentando fazer o impossível...
Já analisei a situação tantas vezes que já perdi a conta. Já envenenei meu coração com a raiva. Tentei fugir da mágoa, mas com ela não é tão simples assim. Tentei achar minha culpa no meio disso tudo e não encontrei. E quer saber? Hoje só tenho pena. Pena de quem vive como se coisas assim fossem simplesmente descartáveis. E o pior de tudo isso é que mesmo sabendo que eu não tenho culpa de nada (tanto na minha quanto na opinião de muitas outras pessoas), meu coração ainda procura motivos, ainda busca erros, faltas, ausências ou o que quer que seja que tenha partido de mim e que possa ter levado tudo a esse ponto extremo.
Isso me entristece, pois enaltece aquela velha batalha: a cabeça diz que não tem mais jeito, mas o coração não escuta e alimenta a chama da esperança, baseado nas lembranças dos momentos bons que não podem ser simplesmente apagados ou jogados fora desse jeito, como se não tivessem sido nada, como se não tivessem acontecido...
As pessoas em volta tentar animar, consolar, dizendo os tradicionais "seja forte"; "siga em frente"; "vai dar tudo certo" e até mesmo uns "que se dane quem não gosta de você" que surgem de vez em quando. Tudo pra tentar amenizar essa falta, esse vazio, esse buraco que ficou. E eu sou muito grata mesmo, a todos que estão do meu lado nesse momento. Nem eu sei o que seria se vocês não estivessem aqui, de perto ou de longe, pra me amparar e me fortalecer.
Mas só eu sei o tamanho da batalha que eu tenho pela frente, tendo que manter minha cabeça erguida quando tudo que eu quero é ir até lá apontar o dedo e gritar umas boas verdades até fazer tudo voltar a ser como era antes... E assim poder ver meu lindo céu todo estrelado novamente... Mas eu sei que nunca mais vai ser assim.
E eu vou seguir em frente, mesmo com esse buraco negro ampliando a minha escuridão. Mesmo com toda dor da perda, com toda a mágoa e com toda a pena que eu sinto de quem joga fora tão fácil aquilo que um dia foi tão importante.
É triste admitir que meus sentimentos estão mudando. Não há mais razão para lutar. E eu vou precisar de uma força enorme para largar a minha espada e admitir essa derrota.
A grande questão é: COMO SE FAZ ISSO?

Now and them I think of all the times you screwed me over
But had me believing it was always something that i'd done
And I don't wanna live that way
Reading into every word you say
You said that you could let it go (...)
But you didn't have to cut me off
Make out like it never happened
And that we were nothing
And I don't even need your love
But you treat me like a stranger and that feels so rough
No, you didn't have to stoop so low (...)
But now you're just somebody that I used to know...

(Gotye - Somebody That I Used to Know)

Às vezes penso em todas as vezes em que você me ferrou
Mas me fazia acreditar que era sempre algo que eu tinha feito
E eu não quero viver desse jeito
Lendo cada palavra que você diz
Você disse que podia deixar isso passar (...)
Mas você não precisava me cortar
Fingir como se nunca tivesse acontecido
E que nós não éramos nada
E eu nem preciso do seu amor
Mas você me trata como uma estranha e isso parece tão rude
Não, você não precisava ter descido tão baixo(...)
Mas agora você é só alguém que eu costumava conhecer...