terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Fazer Amor



Quando você diz a uma mulher que você quer fazer amor com ela, será que você sabe a magnitude e o significado do que você está falando?
Sexo você consegue ali na esquina. Qualquer piriguete de balada tem isso para te oferecer em troca de uma cerveja gelada e uma cantada barata. Mas amor? Ah, amor meu amigo, você não acha fácil desse jeito não. 
Amor era aquele bom dia que ela te mandava no whatsapp de manhã. Era o café fresquinho que ela fazia e deixava pronto para você tomar quando chegava do serviço. O amor era aquela plaquinha de "Lar Doce Lar", pendurada acima da porta.
Amor era o bilhetinho pendurado na porta da geladeira, era sua parte do guarda roupa toda organizada, eram as fotos espalhadas pela casa refletindo a alegria de um casal.



O amor era o guarda chuva gigante que ela comprou para você. O jogo de escumadeiras que ela te deu no Natal. A churrasqueira que ela te deu no seu aniversário. 
O amor era aquele dia de folga preguiçoso, onde fazer nada era a melhor opção. Era aquele domingo de futebol e pipoca. Era aquele sábado de comprar lanche por preguiça mútua de fazer comida.
O amor era aquele miojo "especialidade da casa" que ela fazia para você comer na cumbuca laranja da loja de 1 real. Era o abrir dos olhos de manhã e a feliz constatação da sua presença ao lado. Era o geladão de leite condensado do tiozinho da esquina naquele dia de calor insuportável.



O amor eram aqueles planos e sonhos que nunca saíram do papel. A desejada viagem a dois; a moto que estava pensando em comprar; a casa própria que talvez um dia chegasse a conquistar. 



O amor eram aqueles dois filhotinhos lindos que você adotou, que faziam festa quando te viam chegar. Era o pão com manteiga no café da manhã. O arroz com ovo no almoço. O feijão que você fazia porque ela tinha medo da panela de pressão.



O Amor era aquela coisa chata do dia a dia. Aquela monotonia de chegar do trabalho - fazer comida - limpar a casa - lavar a roupa - acordar - ir trabalhar - chegar cansado de novo -  fazer comida de novo e assim sucessivamente.
Enfim, era aquela coisa igual, repetida, que você tinha todo dia.
Era imenso, mas você deixou de enxergar.
Era luz, mas você se escondeu na escuridão.
Era cada sorriso, cada olhar, cada beijo da mesma pessoa todos os dias; a união de dois corpos, mas mais do que isso, a união e entrega de duas almas e dois corações.



Pois é meu amigo, fazer amor é uma coisa poderosa demais para você querer resumir num ato carnal a fim de obter prazer. Fazer amor é a satisfação da alma, é o prazer sentido no coração.
Foi essa coisa chata, monótona e repetitiva que você botou para correr pela porta afora.
Agora você aí onde está, vai ter bastante tempo  para poder pensar na seguinte questão: quando chamar uma mulher para "fazer amor" com você, será que é mesmo amor que você vai estar fazendo?