A pessoa que eu amo não existe. Ela era apenas uma sombra vaga, refletida numa parede de vidro frágil que ontem, se estilhaçou.
Tudo caiu por terra e todas as nuvens de sonhos se desmancharam. A realidade inacreditável, me atingiu com a força de um furacão e levou toda a fantasia de dentro de mim.
A pessoa que eu amo era um delírio, uma ilusão, uma mentira. A projeção de um sonho impossível que eu acreditei que pudesse ser real. Eu a enxergava, mas estava de olhos vendados e não percebia. A venda caiu e agora eu não vejo ninguém.
A pessoa que eu amo é aquela que me completa, que me alegra, que me faz sorrir, que adivinha o que eu estou sentindo, que sabe exatamente o que fazer e do que eu preciso. E ela não existe. Ainda não.
Ainda é difícil de acreditar que meu castelo, que parecia tão firme, era feito de areia e foi levado por um vendaval. Mas foi. E eu fiquei sem chão, sem rumo, atônita e ainda não sei o que fazer.
A pessoa que eu amo não existe. Mas ainda existe muito amor dentro do meu coração. Me resta sair procurando uma nova pessoa para amar.
LEGADO
(...)A onda virou vaga, vagalhão
E afundou meu barco de papel.
As estrelas da anunciação,
que brilhavam como sóis
no mapa do céu,
apagaram-se todas.
Levaram com elas
o caminho do sonho acalentado
- inútil saber se sobreviveu.
Restou a figura do vento bravio,
ventania carregando ao léu
minhas lágrimas velozes,
deixando-me apenas
um olhar vago,
eternemete escravo
do que ñão aconteceu.
(Flávio A. F. da Silva)
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