Toda vez que remexo meus armários, inevitavelmente encontro algum resquício de você. Há sempre uma frase, um texto, seu nome rabiscado no cantinho de alguma página...
Encontro em minhas palavras o lindo sentimento que eu nutria por você. Eu reparava em cada pequeno gesto. Descrevia cada olhar, cada sorriso que você destinava a mim. Transcrevia cada palavra que você me dizia com a mais intensa emoção.
Quem pegar estes textos hoje e ler, pode me chamar de cega, de burra. Até mesmo dentro de mim existe uma parte dizendo: "Cara! Como você pôde ser tão idiota?
Mas depois de toda a bagagem que adquiri convivendo com você, eu me pergunto: "Do que exatamente eu devo ter vergonha?"
Eu era completamente apaixonada por você. Eu era capaz de fazer qualquer coisa por você. Eu preparava surpresas no teu aniversário e, ao contrário de você, te dava presentes realmente incríveis.
A gente formava uma dupla incrível. Juntos, éramos imbatíveis. Tínhamos nossas sacadas inteligentes, nossas conversas cabeças, nossa forma nerd de nos divertir, nossas piadas, nossos sorrisos, nossas brincadeiras, nossos olhares e aquelas coisas que só a gente entendia.
A gente era quase perfeito. Éramos razão e emoção. A doçura e a força. O sonho e a realidade. As nuvens e a terra firme. A certeza e a intuição. A cabeça e o coração.
Eu acreditava em cada palavra que você dizia. Enquanto todos enxergavam aquela postura sisuda, eu enxerguei teu coração. Eu aturava todos os teus defeitos. Tua cabeça extremamente inteligente e lógica, que às vezes te impedia de enxergar e te fazia parecer mente fechada; tua arrogância embutida na postura de "Eu sou inteligente. Não duvide pois eu posso mais do que você"; tua ignorância absoluta nas questões do teu próprio coração; tua acidez e estupidez que resultavam muitas vezes em algumas pequenas feridas que eu fingia não me machucar.
Ninguém entendia porque eu te aturava. Você era chato para caramba!!!
O que ninguém sabia é que debaixo disso tudo tinha um coração ferido, pedindo cura, pedindo colo e eu te dei. Te dei remédio, te aqueci, te abracei, e te fiz reencontrar o coração que você achava que tinha perdido.
Eu te dei carinho, te dei abrigo, te dei meus braços, te dei meu ombro, te dei meu colo, o meu abraço, meus versos, minhas notes de sono, meu coração...
Eu te dei AMOR.
Agora me diga, depois de tudo isso, sou eu quem tem que ter vergonha? Sou eu quem tem que se esconder? Que tem que ter vergonha de olhar no espelho? Sou eu? Por quê? Por que amei?
Se você não souber a resposta, levanta e olha no espelho aí do lado da tua cama. Tenho certeza de que a resposta estará lá.
Minha querida gêmea,
ResponderExcluirNo comentário lá no meu último post do Poéticos, vc escreveu: "...ainda que sem querer dar o braço a torcer - eu lutei, eu briguei, escancarei meu coração, me expus de corpo e alma, de cara limpa, com as armas que eu tinha, fui para essa guerra e perdi..."
E é exatamente aqui que ouso discordar de vc. Vc ñ perdeu nada, Ju, ao contrário, vc ganhou e ganhou muito. Ganhou quando abriu seu coração, quando rompeu as grades do orgulho... Vc ganhou quando amou, Ju, mesmo que esse amor não tenha retornado pra você como era o esperado.
Minha mãe sempre diz que só podemos dar daquilo que temos, e você deu o que há de mais lindo no coração humano, certo?! Quanto a ele, que não foi capaz de receber e muito menos retribuir, bom, ele também deu do que tinha... o que não deixa de ser lamentavel!
Beijo, querida! Amei seu texto!!!
Obrigada Malu, pelo comentário e pelas sábias palavras!
ExcluirNessas situações a gente sempre acaba achando que perdeu, mas você tem razão, eu ganhei!
Perde quem não é capaz de amar, isso sim!
Obrigada novamente e mil beijos!
Sempre intensa e fantástica!
ResponderExcluirUma história de amor sempre será uma história de amor!
Ai lembranças!!!!
Beijinhos Ju! =)