Ah como eu queria aparecer de repente na frente daquele portão só para saber como seria. Não é possível que esse tipo de pensamento povoe apenas a minha mente. Não depois de tudo. É quase como uma obsessão que aparece de tempos em tempos para roubar minhas noites de sono e me perturbar. E eu, sem conseguir evitar, me perco imaginando as inúmeras possibilidades dentro de um "e se".
E se a gente tivesse ido mais longe naquele dia? Como teria sido? E se eu aparecesse hoje no seu portão? O que faria? E se fosse eu aí do seu lado, no lugar dela? Se me visse agora, qual seria sua reação? Se eu te tocasse agora, ainda seria sensível a mim? Antes bastava apenas um olhar, mas e agora? Se eu te beijasse hoje, seria capaz de resistir? Será que você ainda pensa em mim?
As horas da madrugada se esvaem, o sol da manhã desponta. A noite de sono foi perdida. Olheiras marcarão o meu dia. E tudo por causa da imensidão que cabe dentro de um aparentemente simples "e se".
Nem sei
Dessa gente toda
Dessa pressa tanta
Desses dias cheios
Meios-dias gastos
Elefantes brancos
Vagalumes cegos
Meio emperrados
Entre o meio e o fim
Meio assim
Nem sei
Dessa pressa toda
Dessa gente tanta
Meios-dias feios
Desses dias chatos
Vagalumes brancos
Elefantes cegos
E o céu engarrafado
Fica por aqui
Vem cuidar de mim
Vamos ver um filme, ter dois filhos
Ir ao parque
Discutir Caetano
Planejar bobagens
E morrer de rir
Fica bem aí
Que essa luz comprida
Ficou tão bonita
Em você daqui
Nem sei
Dessa gente toda
Dessa pressa tanta
Desses dias cheios
Meios-dias gastos
Elefantes brancos
Vagalumes cegos
Meio emperrados
Entre o meio e o fim
Meio assim
Nem sei
Dessa pressa toda
Dessa gente tanta
Meios-dias feios
Desses dias chatos
Vagalumes brancos
Elefantes cegos
E o céu engarrafado
Fica por aqui
Vem cuidar de mim
Vamos ver um filme, ter dois filhos
Ir ao parque
Discutir Caetano
Planejar bobagens
E morrer de rir
Fica bem aí
Que essa luz comprida
Ficou tão bonita
Em você daqui
Fica bem aí
Que essa luz comprida
Ficou tão bonita
Em você daqui
Ninguém vai dizer
Que foi por amor
Todos vão chamar de derrota
Vamos esconder nosso cobertor
E vamos viver sem escolta
(Cícero - Vagalumes Cegos - Trilha do filme: Hoje Eu Quero Voltar Sozinho)
Que essa luz comprida
Ficou tão bonita
Em você daqui
Ninguém vai dizer
Que foi por amor
Todos vão chamar de derrota
Vamos esconder nosso cobertor
E vamos viver sem escolta
(Cícero - Vagalumes Cegos - Trilha do filme: Hoje Eu Quero Voltar Sozinho)
Ps: Sei que a música parece não ter muito a ver com o texto, mas é que ela não me saiu da cabeça enquanto eu escrevia, então...
De quantos "e se's" se faz uma vida, ou melhor, quanto desses tormentos uma vida suporta? Parte de mim diz que viver de verdade é não deixar que essa pequena palavrinha faça sentido pra nós, é impedir que ela se torne um impedimento à realização de qualquer uma das nossas vontades. Mas, claro que isso é só um pensamento que está muito longe de ser colocado em prática por essa criatura aqui. Falta de coragem? Autoproteção inconsciente? Não sei, Ju, só sei que dos "e se's" eu tenho dado conta, mas das respostas pra eles eu ñ sei daria...
ResponderExcluirMeu comentário ficou confuso, mas como sempre, adorei seu texto! Beijo!
Pode até parecer confuso, mas eu entendi tudo Malu!
ExcluirNesse caso, meus "e se's" não podem ser postos em prática. Um pouco por falta de coragem também, mas boa parte porque eu sei que vai ser de momento e eu vou voltar com muitos mais "E se's" para casa...
É complicado. Mas acho que você consegue me entender...
Obrigada por comentar!
Bjosss