sábado, 21 de dezembro de 2013

RENDIDA

E agora eu faço o quê com essa expectativa? Depois de meses de silêncio você reaparece assim, do nada. E revira todas as lembranças que eu achei que estivessem bem guardadas. E remexe com o compasso do meu coração. E toma conta de cada canto da minha cabeça...
E me põe para ouvir de novo as nossas músicas. Essas que eu nem sei se você sabe que são nossas...
E eu revejo as tuas fotos, sinto novamente o gosto do teu beijo, anseio pelo toque das tuas mãos... Tudo aqui à flor da pele, tão real que parece estar presente. O teu cheiro, o teu beijo, o teu jeito, o teu gosto... Tudo voltou junto com aquele e-mail.
Tudo seria normal, apenas mais um desejo de Feliz Natal, se não fosse aquele jeito de assinar no final: "seu, seu...". 
Meu, meu... 
Meu, meu o quê? Meu beijo que não é mais meu? Meu pensamento que não pensa em mim? Meu desejo que não pode ser meu? Meu amor que não é meu? Meu, meu o quê? Me diz?
Mas você não vai dizer, não é? Você nunca teve palavras para definir nós dois. Nós dois sempre fomos nós dois. Nunca um só. Era sempre EU e VOCÊ. Mas ainda assim diz que é meu...
E mesmo assim, remexe nas cinzas dessa paixão que eu pensei estar acabada. Mas não. Volta pra provar que uma brisa reacende essa fogueira, religa as memórias, repete todos os filmes, dá play em todas as canções, faz vibrar cada pedaço do meu corpo, das pontas dos dedos aos fios de cabelo...
Traz de volta a inspiração e faz ressurgir a poesia, o texto, a canção...
Está provado, você é capaz. Capaz de me tomar de novo, capaz de me envolver de novo, de me fazer cair na mesma armadilha e o pior de tudo é que caio, totalmente consciente do quanto sou capaz de me perder no mar destes teus olhos verdes... Pois depois de tanto tempo, aqui está você retomando tudo que é seu. Os pensamentos, os desejos, os sonhos, as lembranças, as canções, as palavras...
Mas e agora eu faço o quê? 
Eu espero mais respostas. Um convite e eu me entrego. Um momento é o que preciso. Um "para sempre" é o que desejo. 
Quero seus beijos,seus carinhos, todo seu desejo só para mim... Mesmo sabendo que não posso ter.Que não DEVO ter, não DEVO querer, quero, mas não quero desejar...
Reviro minha caixa de entrada, mas depois disso até agora, NADA!
Você SEMPRE faz isso. E eu perco todas as batalhas, eu perco a guerra. 
Você sempre vence no final.


Mesmo que você não queira
E tantas vezes foi besteira
Você não querer ficar
Nem tento mais te segurar...

Mesmo que você resista
E não importa que eu insista
Que é só o tempo de passar
Você prefere me deixar
Assim...

Aaa... você sempre foge de mim
Aaa... mas sempre volta

E quando você volta... uhum
Quando você volta... uhum

Nas vezes que você me afasta
Agora um gesto só e basta
Pra eu já nem mesmo pensar
Em tentar me aproximar...

Nas vezes que você espera
Não vou mentir, porque acelera
O passo do meu coração
Será que o que vem é sim ou não?

Mesmo que na última hora
Eu sei que você vai embora
Vai sempre sem se despedir
Tem vezes que só posso rir
Enfim...

Aaa... você sempre foge de mim
Aaa... mas sempre volta

E quando você volta... uhum
Quando você volta... uhum

Você Sempre Volta (Pedro Veríssimo)

Ps: Pois é, achei mais uma música perfeita para nós dois...

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

DE PONTA CABEÇA



Tá tudo de ponta cabeça. São tantas coisas sobre as quais escrever que nem sei por onde começo. O abandono do blog retrata bem essa questão. É tanta   coisa que eu quero falar , tanto a botar para fora que me embaralho e acabo guardando tudo comigo.
Quando você acha que está indo tudo bem, vem uma avalanche e tudo desmorona. O que estava quebrado se arrebenta e o que estava bom, não consegue escapar sem ao menos uma rachadura.
Minha vida está assim neste momento. tanta coisa para consertar, pra por em ordem, que me vejo correndo de um lado para o outro  sem saber o que fazer.
Há coisas a fazer por mim mesma e eu não faço porque há coisas para fazer por  quem amo e eu não faço porque "n" fatores não permitem; por "n" razões que atrapalham; por desencontros e atropelos; falta de recursos; falta de vontade; falta de, na verdade, saber o que fazer.
Sinto falta dos meus textos, que sempre foram meu abrigo, mas neste momento conturbado, nem mesmo eles podem me proteger. Eu não sei o que dizer, não sei bem do que falar e eles acabam tão confusos quanto eu.
Sinto falta dos meus livros, porque através deles eu podia sair um  pouco por aí, conhecer outros mundos, fazer viagens fantásticas por terras distantes e mágicas... Mas de que maneira vou fazer isso se não me sobra tempo para ler?
Vejo meu corpo cansado, meu rosto cansado e até mesmo meu riso se cansou. Essa "vida de adulto" corrida está me roubando a preciosidade da minha  criança interior. Se antes ela se sobrepunha e exalava brilho, juventude, inocência e alegria de viver, hoje está com medo, encolhida num cantinho, debaixo das cobertas, esperando a tempestade passar.
Eu não sei o que fazer para tirar essa garotinha de lá. preciso dela para enfrentar tudo isso, mas tenho tanto medo quanto ela.
Medo da verdade, medo do imprevisto, do desconhecido,  do futuro, do que vem por aí, do que é, do que já foi. Medo de crescer e perder o caminho à direita da estrela mais brilhante.
É muito medo para pouca solução.
Como endireitar um mundo que virou de repente de ponta cabeça?
Será que se eu for para o outro lado do mundo, consigo fazer as coisas ficarem outra vez de pé?


Tem dias que a gente se sente 
Como quem partiu ou morreu 
A gente estancou de repente 
Ou foi o mundo então que cresceu... 
 A gente quer ter voz ativa 
No nosso destino mandar 
Mas eis que chega a roda viva 
E carrega o destino prá lá ... 
 Roda mundo, roda gigante 
Roda moinho, roda pião 
O tempo rodou num instante 
Nas voltas do meu coração... 
 A gente vai contra a corrente 
Até não poder resistir 
Na volta do barco é que sente 
O quanto deixou de cumprir 
Faz tempo que a gente cultiva 
A mais linda roseira que há 
Mas eis que chega a roda viva 
E carrega a roseira prá lá... 
 Roda mundo, roda gigante 
Roda moinho, roda pião 
O tempo rodou num instante 
Nas voltas do meu coração... 
A roda da saia mulata 
Não quer mais rodar não senhor 
Não posso fazer serenata 
A roda de samba acabou... 
 A gente toma a iniciativa 
Viola na rua a cantar 
Mas eis que chega a roda viva 
E carrega a viola prá lá... 
 Roda mundo, roda gigante 
Roda moinho, roda pião 
O tempo rodou num instante 
Nas voltas do meu coração... 
 O samba, a viola, a roseira 
Que um dia a fogueira queimou 
Foi tudo ilusão passageira 
Que a brisa primeira levou... 
 No peito a saudade cativa 
Faz força pro tempo parar 
Mas eis que chega a roda viva 
E carrega a saudade prá lá ... 
 Roda mundo, roda gigante 
Roda moinho, roda pião 
O tempo rodou num instante 
Nas voltas do meu coração...

(Roda Viva - Chico Buarque)

domingo, 9 de junho de 2013

AGONIA

Faz muito tempo - muito tempo mesmo - que eu não escrevo (pelo menos aqui no blog), mas hoje, pensando aqui com os meus botões, descobri que não dá mais para ficar segurando essa angústia aqui dentro. Preciso por isso pra fora, exorcizar esse demônio, ou o meu peito vai explodir.
Na verdade é tudo muito irônico. O maior motivo de alegria é agora também o responsável por toda essa agonia. Sei que se algumas pessoas viessem até aqui para ler isso, ririam satisfeitas, com aquela pose de ´´eu bem que te avisei´´. Mas acho que já devem ter apagado o link desse blog há tempos...
Eu não sei se existe outro nome para isso que estou sentindo. É uma coisa ruim, que vem me corroendo, me arrancando as tão preciosas horas de sono, me fazendo chorar como há muito tempo não chorava. São incertezas, pequenas situações que vão se aglomerando e que se transformam num monstro gigante que não me deixa dormir à noite.
Dói demais sentir isso.  E dói demais saber que eu posso ter feito alguém passar por isso que estou passando agora. 
Dói sentir que você já não divide comigo os seus segredos; como se não confiasse mais em mim;vive escorregadio, fugitivo, enigmático. Se desvia, como se soubesse que olhando nos teus olhos, eu poderia te desvendar. Parece que tem medo de que eu possa te julgar. Então se esconde de mim.
Dói sentir saudade da nossa liberdade, das bobeiras e loucuras que só a gente  fazia, das brincadeiras e palavras que só a gente entendia, das nossas conversas entreouvidas; sem aquele medo de que alguém pudesse escutar. Duas crianças em seu mundo fantástico, sem medo do que qualquer um que ouvisse pudesse pensar. Dói ver que esse tipo de coisa está sendo dividido com outras pessoas e que eu pareço já não me encaixar...
Dói porque  eu morro de medo de que de alguma forma eu já não faça mais parte do seu mundo. Não sobra tempo para mim; não há confissões para mim; você guarda segredos de mim! De mim! Você pode até pensar que eu não vejo, mas eu vejo você muito além daquilo que você diz. E você não está me dizendo tudo. Por algum motivo, perdi o direito de saber de você. E nem ao menos eu sei o que fiz para ter esse direito arrancado de mim.
E quando eu penso que posso ter feito isso com alguém, me dá um desespero tão grande, uma dor tão forte, que eu não sei o que pensar. Isso parece tão... cruel.
Tenho tanto medo de ser mal interpretada... Você, mais do que ninguém sabe o quanto eu já perdi e sabe que eu não resistiria a algo do tipo de novo.
Eu tenho pavor de imaginar uma vida onde não haja você. Me aperta o coração tão forte e tão intensamente que parece que eu vou infartar. 
Eu não sei que porcaria é essa, mas eu quero ela fora daqui. Não quero esse tipo de coisa no meio de nós dois, quero essa agonia bem longe de mim.
Quero a gente de volta...
Eu não sei viver num mundo onde a gente não possa mais ser nós dois.



Don't (Shania Twain)

Don't! Don't you wish we'd tried?
Do you feel what I feel inside?
You know our love is stronger than pride
No! Don't let your anger grow
Just tell me what you need me to know
Please talk to me -- don't close the door
Cause' I wanna hear you,
Wanna be near you
Don't fight! Don't argue!
Give me the chance to say that I'm sorry
Just let me love you
Don't turn me away -- Don't tell me to go
Don't! Don't give up on trust
Don't give up on me -- on us

Não

Não! Você não gostaria que tivéssemos tentado?
Você sente o que eu sinto por dentro?
Você sabe que nosso amor é mais forte que o orgulho
Não! Não deixe a raiva crescer
Apenas me diga o que você precisa que eu saiba
Por favor, converse comigo - não feche a porta
Porque eu quero te ouvir,
Quero estar perto de você
Não lute! Não discuta!
Dá-me a oportunidade de dizer que estou arrependido
Apenas me deixe te amar
Não me despreze - Não me diga para ir
Não! Não desista da confiança
Não desista de mim - de nós

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

PÁGINA EM BRANCO


O que fazer quando nos falta inspiração?
Acho que a pior coisa para um escritor - se é que posso me denominar assim, escritora - é ter um milhão de situações em sua cabeça e não conseguir transformar isso em palavras. 
É viver num constante brigar de razão e emoção e ainda assim, não conseguir extrair disso uma gota que seja. 
Tenho dentro de mim todas as palavras do mundo. Todas as emoções possíveis. Tenho um coração confuso e uma cabeça pronta a explicar cada uma dessas confusões.
Mas acho que dessa vez todas essas emoções são muito internas, muito minhas. É um momento só meu. É hora de uma retirada estratégica, hora de me fechar no casulo e esperar até a hora do esforço final para me tornar borboleta.
Preciso reencontrar meu chão. Fortalecer minhas bases. Renovar esperanças. Reencontrar minha fé nas pessoas que anda bem abalada. Voltar a acreditar em mim mesma, pois até isso foi desestruturado.
Não é hora de escrever - ainda. Sei que meu blog está aqui abandonado desde outubro, mas não tem sido fácil. Foram mudanças demais num curto espaço de tempo, reviravoltas, redemoinhos, turbilhões, tsunamis.
E agora é hora de sentir.
Um novo caderno vai começar. Mas não agora.