quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A ÚLTIMA PÁGINA


Eu não sei porque isso me angustia tanto. Não sei porque me causa inquietação e me rouba o sono. E me faz pensar e pensar, ruminar e ruminar, remoendo mil vezes a mesma situação. Essa ideia fixa me perturba, me atormenta e eu não durmo, porque você não deixa.
Cada vez que fecho os olhos começo a reler as palavras deste livro que tem milhares e milhares de páginas que eu já li e reli, mas nunca cheguei ao final.
A última página deve ter sido arrancada e jogada ao vento e agora fica voando por aí sem nunca chegar às nossas mãos.
Por falta da última página sempre volto à primeira e revivo instantes já vividos, que nunca conseguem ultrapassar a barreira imposta pelas várias vírgulas que antecedem o último ponto final. Se surge alguma coisa nova, é apenas uma palavra ou letra, vários pontos de interrogação que ficam sempre sem respostas.
E isso me corrói, me alucina, me perturba. Desperta meu ciúme, minha possessividade, meu desejo - o qual me faz me entregar completamente - para em seguida remoer, me enciumar, querer te ter, te desejar e viver neste eterno círculo vicioso.
Então quem olha de fora - juntamente com a parte racional que existe em mim - consegue ver a solução óbvia para este dilema: é só encontrar a última página e finalmente ler o que está escrito nela.
Existem, no entanto, dois extremos com relação a isso: MEDO e VONTADE.
A vontade de saber o que a última página nos reserva é enorme. Saber o final poderia acabar com esses tormentos, com esses sentimentos que não me pertencem, que eu não devo sentir. E esse é um livro cujo final particularmente muito me interessa.
Mas o medo entra justamente aí nesta palavra: FINAL.
Tenho medo de ler e não encontrar nosso "Felizes para Sempre" escrito lá. Tenho medo de estar sozinha na última página. Tenho medo de não encontrar seu nome junto ao meu lá no final.
Pensar em seguir por um caminho onde você não esteja presente, ainda que por breves instantes, mesmo depois de tanto tempo, ainda é difícil pra mim. Pensar que possa existir outro caminho para você, que nos deixe ainda mais distantes, não me parece o sonhado final feliz. Então arranquei e escondi a última página do nosso livro e fico revivendo as páginas passadas porque me acostumei com esse círculo vicioso e não sei se estou preparada para viver uma história sem você.


A História se Repete 
(Semifuse)


Mais um dia que termina assim
A mesma história pensando que era o fim


Qual é o rumo? Eu não sei a direção
O sol se foi mais uma vez e me perdi na escuridão


Não vejo saída e nem caminhos a seguir
O mundo está fechado, o meu limite é aqui
Cansado de derrotas, eu não sei o que acontece
No fim é sempre igual, a história se repete


Não há nada que eu possa mudar(...)
Qual é o preço da liberdade?



domingo, 18 de dezembro de 2011

A DUPLA DINÂMICA

Ei! Onde você vai com os pedaços que roubou de mim? Tá pensando que vai sair de fininho sem ninguém perceber e deixar a bomba explodir na minha mão? Eu sei o que você fez!!! Não adianta fingir que não. Tá se sentindo encurralada? Óbvio, depois de tudo o que você fez.
Cadê toda aquela pose da qual tanto se orgulhava? Caiu tudo por terra, não? Por mais que por fora ainda ostente aquela linda imagem de imaculada perfeição, a gente bem sabe que já não é mais assim. Mesmo que você finja o tempo todo e ignore, isso não vai fazer a verdade sumir.
Coisas te corroem não é mesmo? Essa culpa pendurada nas suas costas deve pesar bastante. Parece, já que você anda curvada. Se você não consegue viver desse jeito, por que teima em tentar? Eu não te entendo.
Vive apregoando a liberdade aos 4 ventos e na hora de ser livre, não sabe como agir, porque já se acostumou com as regalias de sua gaiola confortável. tanto se acostumou com seu espaço restrito, que desaprendeu a voar.
Ei,não vai embora não! Eu ainda tô aqui. Se eu não estivesse, talvez sua pregação de liberdade pudesse ser mais plena. Eu tô aqui dando bronca, afinal, esse é um dos meus propósitos. Então a culpa que você carrega, vem em parte, de mim. Somos duas e somos uma só. E dentro de cada uma temos mais um milhão. Por isso somos tão perdidas.
Somos livres e nunca esteve mais claro o porquê de não estarmos com alguém. A nossa liberdade é o que nos prende - sábias palavras de Jota Quest. Podemos fazer delas a nossa verdade. Não há nada neste mundo que nos faça abrir mão de fazer o que der na telha, de ter o direito de dizer que amamos todo mundo - porque a gente ama mesmo!!! - de usarmos a roupa que quisermos, ir aonde quisermos e com quem quisermos, abraçar todas as causas e gostar do que e de quem quer que seja sem ter que dar satisfação a ninguém. Adoramos ser donas de nossas vidas. Embora você ainda guarde aí dentro a sombra do doce sonho da espera pelo lindo Príncipe Encantado que vai chegar em seu cavalo branco e salvá-la deste mundo cruel. É, eu sei, eu vejo. Mas não vou entrar neste ponto já que a gente nunca concorda sobre ele.
Somos rebeldes, lutamos pelos nossos amigos com unhas e dentes, e sentimos falta deles em momentos difíceis, em meio aos desentendimentos malucos - e olha que este ano não foram poucos - e você fica aí chorando, enquanto eu tenho vontade de revidar e mandar tudo pelos ares. Mas aí você me convence do contrário. Você vence essa batalha e juntas, vencemos a guerra.
E agora vem essa, sua hora de viver, de sentir intensamente, de se libertar, a hora em que finalmente eu ganho de você, e você simplesmente acha que pode voltar atrás e ficar se culpando por uma decisão que eu tomei? Qual é? Acorda!!!
Estamos juntas nessa!!! Há momentos em que eu ganho, mas na maioria das vezes é você!!! E desse jeito a gente sempre conseguiu vencer as contrariedades! O que aconteceu de diferente dessa vez, que tá te fazendo querer desistir? Sinceramente Emoção, eu não te entendo!!! E olha que o meu nome é Razão!!!
As coisas parecem não fazer o menor sentido ás vezes, mas é por isso que temos que ficar juntas. Sozinhas não sabemos de nada. Eu guio a cabeça e você o coração. Então volta, porque só assim nós conseguimos manter a Juliana em equilíbrio!!!
Nós vencemos tudo juntas até agora, e para ser completa, eu preciso de você. Então pega minha mão que eu te puxo de volta.


AQUI - Capital Inicial


Às vezes acho que eu fiquei louco
Me dando conselhos até ficar rouco
Às vezes acho que perdi a memória
Contando de novo a mesma história


Aqui onde as horas não passam
Aqui onde o Sol não me vê
Aqui onde eu não moro
Não existo sem você


Me olho no espelho e me vejo do avesso
O mesmo rosto que eu não reconheço
O rádio ligado, chuva e calor
As gotas me ferem, mas não sinto dor


Aqui onde as horas não passam
Aqui onde o Sol não me vê
Aqui onde eu não moro
Não existo sem você.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

ESTRANHEZA


Pelo jeito vai demorar para você perceber que o que você está fazendo machuca. Você tá levando tudo pelo lado errado e eu nem ao menos sei que crime cometi para estar sendo condenada deste jeito.
O que você não pode ver é que dói ver você agindo desse jeito. Será que esqueceu que eu passei anos sem ter com quem conversar e só tinha você, por cartas, e suas cartas eram o único motivo que me fazia ter vontade de levantar da cama? Não, mas você não lembra disso. Pelo menos, parece que não.
Não é possível que você não enxergue que não existe comparação entre as duas coisas que você quer comparar. Você sabe de tudo e não é possível que você não perceba o quanto eu fiquei mais feliz desde que ele apareceu. Não tem como você não ter percebido que os sorrisos voltaram a estampar o meu rosto, que a alegria voltou a povoar minhas frases e que no lugar do desânimo habitual, eu passei a ter coisas engraçadas para te contar.
Agora me diz: eu tenho que me sentir culpada por isso? Você queria o quê, exatamente? Que eu ficasse aqui sozinha, pra sempre, sem falar com ninguém, esperando a hora que você se lembrasse que precisa de mim e viesse me chamar?
Será possível que eu vou ter que fazer o seu jogo e te cobrar por cada segundo em que eu me senti sozinha e você não estava ali porque tinha outras coisas pra se preocupar? E como eu fiquei triste por causa de alguém e você não me amparou, porque tinha outro assunto em mente? Dos momentos em que me senti sim, abandonada, durante 3 certos anos, quando outra pessoa era o ar que você respirava e estava aí ocupando todos os espaços na sua cabeça e no seu coração, inclusive o meu lugar?
Eu poderia fazer uma lista enorme de momentos assim. Eu poderia contar cada cena de ciúme que eu tive vontade de fazer. Sim!!! Porque por incrível que pareça, eu sinto ciúme também, quando vejo fotos felizes nas quais eu não estou presente. Quando vejo frases, músicas, vídeos ou comentários compartilhados com outras pessoas que estão neste momento, muito mais próximas de você do que eu. E eu poderia me rebelar e escrever ironias e sarcasmos sobre você e essas pessoas. Mas eu não vou fazer isso e sabe por quê? Porque isso pode te machucar, da mesma forma ou até mais do que você tá me machucando. E eu não quero que você sinta essa coisa ruim que eu estou sentindo. Porque de todas as pessoas no mundo, você é a que tem o maior poder de me machucar, já que ocupa sozinha, metade do meu coração. E eu não quero fazer isso com você.
Não tenho culpa se a vida nos colocou distantes, mas se odiei cada minuto do dia que me mudei até agora - principalmente agora - foi porque isso me faria ficar longe de você, acima de todas as outras coisas que perdi por não estar mais aí.
Mas eu não vou me culpar por ter alguém que me faz feliz. Não vou medir minhas palavras e não vou parar de fazer nada do que eu estava fazendo e sabe por quê? Porque eu nunca deixei de fazer nada por você quando me criticaram dizendo que eu fazia demais. Porque é assim que eu sou com TODOS os meus amigos e você duvidar disso machuca mais do que você possa imaginar.
Não quero mais que essa estranheza entre nós continue. Já pedi desculpas, já falei, já escrevi e espero que este texto deixe bem claro que isso já está indo longe demais.
Se te magoei, desculpe.
Se te ofendi, desculpe.
Suas palavras me magoaram, sua dúvida e desconfiança feriram o meu coração, mas esse silêncio tá machucando muito mais.
Só te peço que não demore demais pra perceber e pare com isso. Eu não quero me acostumar com esse silêncio. Não tem lugar pra um rombo desse tamanho dentro do meu coração.

Se te machuquei amor
Perdoa
Não sentir o teu calor
Magoa
Volta e vamos ficar
Na boa
Nunca mais vamos brigar
À toa
(Lecy Brandão - Perdoa)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PARECE QUE EU QUERO VOCÊ...


É, parece que eu quero você. A despeito de tudo e de todos, além das impossibilidades reais e imaginárias, eu quero você. E dessa vez, nem lutei contra, pois achei que não havia um porquê em lutar. E no fim...aqui estou eu. Querendo você.
Querendo você quando você está perto, que você esteja mais perto e me entenda sem que eu precise falar. E sonhe comigo, os delírios mais loucos que os outros meros mortais estão longe de compreender. Que ria risadas bobas, que entenda minhas besteiras, que embarque nas minhas brincadeiras, que seja criança comigo.
Querendo você quando você está longe, pensando em seu nome, te chamo nos sonhos e te espero chegar. "Será que está pensando em mim?", me pergunto. Mas a ideia soa boba e me apresso em afastar. Para no segundo seguinte, rir sozinha, lembrando das coisas que só você é capaz de fazer. E dos sorrisos que me faz sorrir. e das risadas que me faz soltar.
É, parece que eu quero você. Um som e ouço sua voz, desejo que seja você, qualquer ruído me põe em alerta. Se não é você, decepção. E volta a razão e diz que é loucura e o coração... ah, este bate quando te vê, ao vivo ou nas fotos, sorrindo, tão lindo...Palpita, suspira, delira... Na pura loucura onde se deixou levar.
Por todos esses ditos, escritos e não ditos, palpitações e sorrisos, suspiros perdidos, loucuras, delírios,olhares, desejos, por todo esse sim que eu digo que não, só pelo fato de estarem lutando uma contra a outra a razão e a emoção, é fato: parece que eu quero você.
E agora, o que fazer?



Você não sabe,
Mas está comigo
Neste canto.
Eu quero lhe dizer
Dos encontros que tivemos
Sem que fosse preciso estarmos juntos.
E agora, é um desses instantes
Que a mim
Chega com som de sacramento,
E que não importa onde você esteja,
Porque eu o alcanço em pensamento
Com toda a maciez deste momento.
E então, lindo menino,
Quero lhe dar o que
Me vai na alma...
Leve com você este suspiro rosa,
Leve com você o meu pensar azul,
O meu sorriso verde,
Este carinho branco,
O meu olhar brilhante,
Esta paixão dourada.
Leve com você, nesta hora,
Com muita força e calor,
Aquilo em que me transformo
Para você...
Um arco-íris do amor.

Roberto t. Shinyashiki

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

QUEM NÃO TEM TETO DE VIDRO...

Antes de mais nada, quero dizer que este post não tem objetivos religiosos; não pretendo ofender nenhum tipo de religião e nem criticar nehuma delas. Este post pretende apenas defender a liberdade de cada um ser o que é.

Ultimamente tenho lido algumas matérias na Internet que têm me deixado extremamente revoltada. Eu leio e fico estática, porque simplesmente não consigo acreditar que existem pessoas assim neste mundo. Não consigo imaginar de que forma uma pessoa consegue viver nesse mundo de hoje sendo tão cabeça dura, ignorante, tendo uma ideia fixa, seguindo um fanatismo cego orientado por mentes fechadas.
Minha indignação se deve ao PRECONCEITO, que é simplesmente horrível de uma forma geral, mas principalmente - o que, no caso, é o foco deste post - o preconceito contra homossexuais. Estou cansada de procurar notícias sobre minha série preferida, que no momento é "Glee" e encontrar críticas e mais críticas sobre o casal mais lindo e fofo da série formado pelos personagens Kurt e Blaine, que são dois meninos. O casal, interpretado respectivamente pelos atores Chris Colfer - que é gay na vida real - e Darren Criss, está sendo extremamente criticado simplesmente por se tratar de um casal homossexual. Eu não consigo entender qual é o grande problema de ter um casal gay na TV. Declarações como "Glee está ultrapassando os limites do que é aceitável" e "isso não é coisa de Deus", me incomodam, me irritam e me machucam. Imagine então o efeito que essas palavras podem causar em alguém que é homossexual!!!
Na minha opinião, se você não está afim de ver um beijo gay na TV, mude de canal. É assim que eu faço quando passa algo que não me agrada. E digo mais ainda: desligar a TV não muda o fato de que você pode sair na rua e dar de cara com um lindo casal gay feliz e contente que se ama e quer apenas ser feliz! E se você não pode lidar com isso, tranque a porta, feche as janelas e vá viver escondido debaixo da sua cama, porque só lá o mundo vai ser do jeito que você quer.
Quanto a não ser coisa de Deus, só posso dizer que acho esta declaração lamentável. Queridos, Deus nos deu o livre arbítrio, somos nós que decidimos o que fazer de nossas vidas. Partindo do princípio que Ele nos disse "amai-vos uns aos outros", qual é o problema que existe em amar alguém do mesmo sexo? Se está certo ou errado, vai além da nossa compreensão. É só Ele, Deus, que vai poder nos dizer. Casais gays têm tanto direito de amarem e serem felizes quanto nós, os chamados "casais normais" formados por um homem e uma mulher. Agora, só porque o amor deles não entra naquilo que a sociedade, ou a igreja ou seja lá o que for descreve como "normal", significa que não é amor? Que não é válido? Isso tudo não passa de bobagem.
O que me revolta na verdade, são aquelas pessoas que andam por aí arrotando a Bíblia na cara de todo mundo. Que ficam citando versículos e capítulos e parábolas e pensam que só porque decoraram o livro todo, têm o direito de meter o bedelho na vida dos outros. Eles acham que por andarem por aí o dia todo com uma Bíblia debaixo do braço, são os detentores da verdade divina suprema na Terra. Gente, não é bem assim!!! Eu poderia fazer uma lista gigantesca de pessoas que eu conheço que adoram cuspir a Bíblia na cara da gente, mas agem de forma totalmente contrária ao livro que elas tanto dizem adorar. Isso elas não enxergam, mas na hora de apontar o pecado dos outros, aí são experts. Porque é claro, elas vivem com a Bíblia debaixo do braço, portanto, não pecam. Ahhh!!!Pelo amor de Deus!!!!!
Invoco então mais uma vez o livre arbítrio: cada um de nós recebeu de Deus o direito de decidir sobre sua própria vida. Agora, porque eu gosto de roxo e você gosta de amarelo, eu vou parar de falar com você? Porque você é gay, eu vou esquecer que você é uma pessoa legal, um grande amigo, vou apagar os momentos legais que passamos juntos, nossas risadas e brincadeiras? Porque você é gay, vou ignorar o fato do tanto que eu gosto de você? Mas de maneira nenhuma!!!!
Ser gay não é crime. Roubar é crime. Matar as pessoas porque elas são gays, torcem pra outro time, seguem outra religião, isso sim é crime. Hostilizar pessoas, violentá-las, bater nelas, bullying, isso tudo sim é crime. Ser Gay NÃO É!!!!
A palavra "gay", para quem não sabe, significa "alegre". Agora, como é que alguém pode ser alegre ou tentar ser feliz, sofrendo tanta pressão, humilhação, crítica, etc etc? Gente, vamos acordar!!!! Tudo o que todos nós queremos é ser felizes!!! Então, que tal a gente cuidar de ser feliz e deixar os gays serem felizes também? Tira a palavra "gay" da frente e o que sobra? Apenas seres humanos em busca da tão sonhada FELICIDADE. E quem somos nós meros mortais, para dizer que alguém não tem direito a isso?
Tá certo, pode ser que a gente não esteja preparado para descobrir que uma pessoa que a gente ama seja gay. E eu não vou aqui ditar regras de como reagir diante de uma notícia dessas. Mas a partir do momento em que uma pessoa decide nos contar algo assim, acho que tudo o que devemos fazer é apoiar. Essas pessoas já sofrem com problemas demais, para encontrar mais problemas onde procuram conforto. Apenas devemos entender que as pessoas são diferentes e estender a mão. Pelo menos eu penso assim, pois para mim, ser gay não muda nada.
Para terminar, só quero dizer que defendo Kurt e Blaine até o fim. O amor deles é o mais comovente, o mais convincente, o mais emocionante, o tipo de amor raro que eu mesma desejo encontrar para mim. Fora os dois, defendo acima de tudo o direito que todas as pessoas têm de serem felizes. Seja esta pessoa gay, hétero, preta, branca, verde, azul ou amarela. Todos, TODOS temos o direito de sermos felizes e não importa como.
Tem um provérbio chinês que diz "Antes de querer transformar o mundo, dê três voltas em torno de sua própria casa". Isso apenas quer dizer que antes de julgar alguém dê uma olhadinha para si mesmo e veja se não tem nada de "errado" com você. O tempo que você perde julgando alguém seria muito melhor empregado se você o utilizasse na busca de sua própria felicidade ou tentando fazer alguém feliz.
Então gente, vamos ser felizes, vamos cuidar de nossas vidas e deixar as pessoas se amarem do jeito que ela acham que é certo. Amar não é errado, seja lá do jeito que for. Portanto, vamos amar mais e julgar menos. Eu garanto que o mundo seria bem melhor se mais pessoas pensassem assim. E aquele que não tiver pecados, que atire a primeira pedra.



Teto de Vidro
Pitty
Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra

Andei por tantas ruas e lugares
Passei observando quase tudo
Mudei, o mundo gira num segundo
Busquei dentro de mim os meus lares
E aí, tantas pessoas querendo sentir sangue correndo na veia
É bom assim, se movimenta, tá vivo
Ouvi milhões de vozes gritando
E eu quero ver quem é capaz de fechar os olhos
E descansar em paz...

Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra

Andei por tantas ruas e lugares
Passei observando quase tudo
Mudei, o mundo gira num segundo
Busquei dentro de mim os meus lares
E aí, tantas pessoas querendo sentir sangue correndo na veia
É bom assim, se movimenta, tá vivo
Ouvi milhões de vozes gritando
E eu quero ver quem é capaz de fechar os olhos
E descansar em paz...

Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra

Na frente está o alvo que se arrisca pela linha
Não é tão diferente do que eu já fui um dia
Se vai ficar, se vai passar, não sei
E num piscar de olhos lembro tanto que falei, deixei, calei
E até me importei mas não tem nada, eu tava mesmo errada
Cada um em seu casulo, em sua direção, vendo de camarote a novela da vida alheia
Sugerindo soluções, discutindo relações
Bem certos que a verdade cabe na palma da mão
Mas isso não é uma questão de opinião
Mas isso não é uma questão de opinião
E isso é só uma questão de opinião...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

NÃO DÁ!


Será que não dá pra perceber o quão inútil eu já me sinto sem que nada mais precise ser feito para aumentar essa sensação?

Eu simplesmente não posso, simplesmente não consigo. Não dá pra voltar e fingir que nada aconteceu. Não dá pra esquecer aquelas palavras que, de tempos em tempos, ainda martelam na minha cabeça sempre que eu não consigo alguma coisa. Não dá pra fingir que eu não lembro o quanto minha capacidade foi colocada em dúvida, o quanto minha inteligência foi desdenhada e rebaixada. Não dá pra esquecer as vezes em que eu tinha a resposta, mas tive que silenciar – claro, porque eu não podia passar por cima da “autoridade”. Não dá pra esquecer todas as vezes em que eu chorei em silêncio, duvidando de mim mesma. Não dá pra fingir que eu não me lembro do estado em que eu chegava em casa inúmeras vezes na hora do almoço, tremendo, e não conseguia comer porque só conseguia chorar. Ou como eu ia pra faculdade e como se não bastasse, chorava mais um pouco. Não dá pra esquecer o quanto eu enchi os ouvidos dos meus amigos, de tudo o que eles me falaram, de como eles notaram a significativa mudança da menina esperançosa de olhos brilhantes para uma pessoa triste, amarga e de olhos opacos. Eu virei um monstro me afogando em tristeza e decepção. E demorou muito até finalmente perceber que aquela não era eu. Até ter coragem de finalmente dizer “chega” e acabar com tudo isso.

Agora me vejo ser empurrada para um papel de mártir. A “Grande Salvação da Humanidade”. E tudo o que eu tenho que fazer é vestir a fantasia de monstro depressivo outra vez e rir pelo lado de fora fingindo que tá tudo bem e deste modo, fazer todo mundo feliz. Desculpa, mas para mim, uma vez já é o suficiente. Simplesmente não dá.


I won't let you close enough to hurt me, no

I won't ask you, you to just desert me

I can't give you, what you think you gave me

It's time to say goodbye to turning tables

Eu não vou deixar você perto o suficiente para me machucar, não

Eu não vou te pedir somente para você me abandonar

Eu não posso te dar, o que você pensa que você me deu

É hora de dizer adeus ás virada de mesa·

(Turning Tables – Glee)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

OS PROBLEMAS DE AMAR DEMAIS



Sabe o que é se sentir sem chão? Olhar em volta mais de um milhão de vezes e descobrir que não há lugar para onde correr? Sabe qual é a sensação de errar e errar e errar repetidas vezes, ter consciência do erro e mesmo assim cometer o mesmo erro de novo? Pois é, quando se tropeça tantas vezes do mesmo jeito, não dá pra ficar culpando só a pedra.
Sou adepta do movimento – Se for pra gostar goste muito, se não for pra gostar ignore. Comigo não tem meio termo, ou eu gosto ou eu ignoro. E o pior problema, por incrível que pareça se encontra no grupo do gostar.
Quando gosto de alguém – e não estou falando só de amar alguém no sentido romântico, mas também de família e principalmente de amigos – eu gosto mesmo. Não fico fazendo média. Se um dia eu disser: “gosto de você”, pode ter certeza de que eu gosto mesmo e que você já adquiriu seu cantinho dentro do meu coração. Se eu disser “eu te amo” então, imagina o tamanho desse amor.
Mas gostar demais das pessoas acaba me fazendo criar grandes expectativas que nem sempre são retribuídas à altura. Eu me dôo tão completamente, tão incondicionalmente que, de forma consciente ou não, acabo esperando que as pessoas se doem da mesma forma a mim. Mas nem sempre isso acontece. Aliás, raramente. E eu sempre fico com a sensação de estar oferecendo muito mais amor do que eu recebo em troca. Na teoria, amar incondicionalmente, sem esperar retribuição é uma coisa sublime, muito linda. Mas na vida real isso dói e eu posso dizer por experiência própria: dói bastante.
A partir do momento em que eu defino alguém como meu amigo dou a ele todo o poder. Entrego meu coração inteiramente em suas mãos. Sou capaz de fazer qualquer coisa por ele. Se me chamar, vou correndo. Se suspirar, vou querer saber o que há de errado. Essa pessoa torna-se a partir de então, um pedaço de mim. Por isso, eu acabo esperando significar a mesma coisa para ela. Mas as pessoas são diferentes.
Às vezes penso que, por eu deixar claro que tenho um coração enorme, as pessoas acham que ele é capaz de suportar tudo, de perdoar todas as pisadas na bola, de agüentar todos os nãos, de superar todos os amores não correspondidos, de secar todas as lágrimas, de não enxergar todos os defeitos. Afinal, ele é um coração enorme que sempre vai estar aberto a todos os mais maravilhosos sentimentos, inclusive o sublime e maravilhoso perdão que está acima de todos eles.
Mas mesmo um coração tão bom, tão enorme e tão cheio de amor para dar, tem seu limite. E o meu chegou nesse ponto onde não dá mais. Eu não quero mais ficar aqui posando de alegre e fingindo que tá tudo bem. Não quero inventar desculpas para que as pessoas não se sintam culpadas porque eu não estou bem. Não quero mais dar sorrisos amarelos para esconder a tristeza que alguém me causou. Não quero mais impedir minhas lágrimas de rolarem pela face quando alguém me fizer ter vontade de chorar. Não quero mais esse nó na garganta causado pelas palavras que eu me forço a engolir porque não tenho coragem de dizer. Não quero mais enganar ninguém, fingindo que eu sou a suprema bondade em forma de gente e que só tenho sentimentos bons e sublimes. Não agüento mais ME enganar deste jeito.
Só quero ser verdadeira e esperar que as pessoas sejam verdadeiras comigo também. Não quero mais desculpas, não quero mais eufemismos. A verdade ás vezes dói, mas é sempre melhor que a mentira. Sempre.
A verdade é que eu só queria saber se existe uma maneira de amar sem ser completamente. Se existe uma cola potente o suficiente na qual eu possa banhar meu coração para que ele não se despedace por completo. Se existe alguma poção, remédio, elixir, ou seja lá o que for, que cure estas feridas e apague estas cicatrizes. Se existe algum analgésico que alivie este tipo de dor. Se há algum inibidor de sentimento que me controle e me faça doar amor na medida certa – Nem de mais, nem de menos. Se existe alguma maneira de continuar amando as pessoas, sendo capaz de confiar, acreditar e fazer tudo por elas, sem esperar receber tanta coisa em troca. Se existe alguma forma de não ser feita de boba o tempo todo. De não me sentir a pior das criaturas. De não sentir esse vazio, esse abandono, essa solidão que sempre sobra quando só uma pessoa ama demais. Ou melhor,resumindo tudo isso, será que existe um jeito de amar de coração fechado? Acho que não.
A grande pergunta é: como proteger meu coração e não desperdiçar meus sentimentos sem me tornar uma pessoa fria, insensível, amarga?
Eis a resposta que não tenho. Se alguém souber, pode dizer.

Livin'alone
I think of all the friends I've known
When I dial the telephone
Nobody's home

All by myself don't wanna be
All by myself anymore

Hard to be sure
Sometimes I feel so insecure
And loves so distant and obscure
Remains the cure

Vivendo sozinha
Penso em todos os amigos que tive
Quando telefono
Ninguém está em casa

Sozinha não quero estar
Sozinha não mais

È dificil ter a certeza
Às vezes sinto-me tão insegura
E o amor é tão distante e obscuro
Falta a cura



(All By Myself)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

ABSTRATA


Odeio formas geométricas. É isso. Geometria é medida, angulada, calculada, exata. Assim como todo o resto da matemática. Odeio-a também. Gosto de coisas disformes, estranhas, diferentes. Normal para mim é tudo aquilo que seria rejeitado e desclassificado da qualidade que todo mundo consideraria normal.
Gosto de coisas abstratas. Tudo cujo padrão a ser seguido seja exatamente o de não seguir nenhum padrão.
Nem todas as coisas precisam ter uma explicação lógica, racional, tangível aos olhos e realidades de outras pessoas. Mesmo que nada pareça fazer sentido para outros, eu não me importo desde que faça sentido para mim. Quanto mais improvável, mais interessante, mais aberto a possibilidades e descobertas.
Aquilo que todo mundo já sabe e tem mil teorias de probabilidade na ponta da língua, não me interessa. Eu quero aquilo que está além, que eu sei, mas não me pergunte como. Eu apenas sei. E se algum dia todos souberem do que sei agora e encherem de explicações e racionalidades, ciências e lógicas, não tem problema. Parto em busca de uma nova estrela brilhante e improvável que só eu possa enxergar.
Por isso abomino rotina. Me entedio facilmente vivendo dias iguais. Sempre procuro algo diferente para fazer. Se vou à biblioteca toda semana, mudo o caminho. Troco constantemente as músicas do meu celular. Ando de bicicleta sem seguir a ordem correta dos caminhos da ciclovia. Amo fazer milhares de coisas, mas posso passar a odiá-las se elas se tornarem obrigações. Me irrito instantaneamente com gente que não pode dar um passo sem um mapa para seguir, um guia, a medição exata dos quilômetros do caminho, indicações de placas, pontos de referência, GPS, planejamento minucioso etc.
Aliás, odeio planejar, porque tudo o que eu planejo acaba saindo às avessas. Por isso me auto critico e trato de me corrigir imediatamente se percebo que estou começando a viver em cima de uma linha traçada.
Se eu estivesse caminhando em uma floresta e chegasse á uma bifurcação onde houvesse dois caminhos perfeitamente iguais em termos de flores, árvores, animais, etc., exceto por uma pequena diferença: um seria reto, milimetricamente medido, sem uma ponta fora do lugar e ou outro seria curvo, tortuoso, bagunçado por assim dizer; eu certamente escolheria o segundo, porque seu formato curvo, deixaria oculta boa parte do caminho, o que poderia me proporcionar muitas descobertas à frente. Tudo bem, pode ser que nem tudo que eu encontrasse fosse lindo e bom, mas isso faz parte da vida, não? E tem mais, não dizem que Deus escreve certo por linhas tortas? Então! Porque que eu vou ficar andando por ai em linha reta???
A vida não precisa ser geométrica, cientifica, provada, palpável: o tempo que se perde medindo, calculando, explicando, poderia ser mais bem gasto sentindo, acreditando e descobrindo. Se as pessoas tirassem os pés do chão só um pouquinho, veriam que não há nenhuma linha traçada debaixo deles...
Eu sou a Alice no País das Maravilhas eu quanto menos tempo perco procurando explicações, mais me fascino descobrindo coisas magníficas que os “certinhos que andam em linha reta” jamais pensaram que pudessem existir.

“Mas Alice já havia se habituado tanto a esperar que não acontecessem senão coisas estranhas que parecia bastante enfadonho e idiota que a vida continuasse à maneira comum...”

“Estava lurdo e os macos tavos
Lopavam e tucavam no vabo:
Todos savos estavam os borogravos
E os momos erevos extravabo.”

(Trechos de “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

BONEQUINHA DE PORCELANA


-- O que se passa minha menina? Por que transparece novamente aquela tristeza em seu olhar? Por que seus sorrisos parecem tão apáticos, tão artificiais novamente? Por que não me deixa entrar, ditar as regras e tomas as rédeas da situação outra vez?
-- Por que tenho medo. – Responde a menina.
-- E por que deixou o medo te tomar outra vez?
-- Eu não sei. Eu realmente não sei.


Essa é a batalha que vem sendo travada dentro de mim. Duas vozes opostas, que discutem incessantemente dentro da minha cabeça, que reviram o meu coração e que me deixam extremamente confusa. Uma é a eu de antes. A outra é a eu de agora. Uma querendo ser mais do que a outra. E no meio disso tudo, eu me torno a eu que não sei quem sou.
Vivi a vida toda num mundo cor de rosa, sendo mimada e protegida, como uma princesa. Mas eu sempre fui mais que isso. Sempre quis mais que isso. Na pré escola, todas as meninas faziam balé. Eu odiava aquele collant rosa e tudo o que eu queria era estar na sala ao lado, com os meninos, lutando judô. Eu era a melhor amiga deles e me dava muito melhor com eles do que com elas. Não foi à toa que todos vieram me consolar quando, por não estar com a mínima vontade de seguir os movimentos ditados pela professora, ela me mandou pra sala pra ficar de castigo. Na dança de final de ano, podíamos escolher dois trajes: Portuguesa – que se resumia a um saiote comprido branco, colete vermelho e lenço verde na cabeça e a 2ª opção, que foi a que eu escolhi: Dançarina de Can Can – collant preto, saia volumosa preta com tule vermelho, meia arrastão e cinta-liga. Na festa junina me fizeram noiva e eu larguei meu noivo escolhido pelas professoras de lado, para dançar com o único caipirinha que me interessava. E tudo isso antes de ter 7 anos de idade.
Vocês podem pensar, nossa, que mimada. E eu pensaria a mesma coisa, se não me conhecesse. Prefiro classificar como liberdade de escolha. Eu não achava certo viver sob as imposições que jogavam em cima de mim. Eu era autêntica. Uma pequena aquariana livre.
Mas o tempo foi passando e as coisas foram mudando. E haja mudança. Na minha pré-adolescência a gente mudou de casa e assim, ao enfrentar uma escola nova, eu deixei de ser a líder amiga dos meninos e passei a conhecer sentimentos totalmente novos para mim: timidez, impotência, medo. Mas ainda tinha minhas “melhores notas da sala” pra me manter na segurança da liderança de alguma forma. Mas deixei de ser autêntica. Já não conseguia mais ser tão natural com os meninos e passei a me refugiar atrás das meninas, encontrando nelas, nova forma de proteção.
Aos 15 anos, mudamos de cidade e gritar, chorar e espernear não serviu para nada. Eis que me encontro numa cidadezinha de interior, onde não conhecia ninguém. Chorei todas as noites durante os primeiros três meses. E prometi que ia me fechar numa concha e nunca deixar ninguém entrar. Ao enfrentar a escola nova, silêncio. E assim foi por um bom tempo. Até alguém conseguir furar meu bloqueio e estraçalhar meu coração. E eu vi minhas notas despencarem e conheci um novo sentimento: DEPRESSÃO.
Foram 5 longos anos – dos 18 aos 23 – passados em branco. Exceto pelos momentos felizes que eu passava em São Paulo, não me lembro de nada de bom que tenha acontecido aqui, neste período. Foram noites e noites em que o travesseiro ficava encharcado pura e simplesmente pelas minhas lágrimas, que eu transformava em poesias que não deixava ninguém ler. E assim, eu ia sofrendo sozinha.
De repente veio a faculdade. Dei uma guinada de 360 graus na minha vida. Fui me reencontrando aos poucos e pensei que a partir dali, não me perderia nunca mais. Ledo engano. Eis-me aqui, perdida novamente. Quem disse que a idade adulta traz esclarecimento? Tô tão perdida como quando tinha 12, 15 ou 18 anos.
Há duas Julianas aqui dentro e as duas sou eu. Mas não dá pra viver sendo as duas porque as duas são extremamente opostas, diferentes demais e isso faz eu me sentir uma mentirosa duas caras. Sabe aquela famosa frase: ”Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”? Então, é bem por aí...
Vejo alguns velhos padrões sendo restaurados, como o fato de estar mais à vontade com os meninos novamente. São eles que vêm me escutando constantemente, muito mais do que as meninas – eu ando meio sem paciência com elas. Isso me deixa feliz de certa forma. Por outro lado, me vejo sonhando velhos sonhos, mesmo sabendo que já não há mais chance para eles. Me vejo com medo de agir, com medo de lutar, com uma necessidade extrema de aprovação que me limita, me prende e me impede de ser o que realmente sou. E tudo por quê? Porque me acostumei a viver com o rótulo de santinha, de menina exemplar, responsável, certinha.
Pois bem, eu tô de saco cheio de ser assim. Mas é muito mais fácil sorrir e fingir que tá tudo bem. É muito mais fácil atropelar as minhas vontades e obedecer às dos outros, já que uma santinha não tem vontade própria pra impor e nunca se oporia aos desejos de ninguém. Principalmente daqueles que a amam e só querem o seu bem. Vivi muito tempo vestindo essa fantasia de bonequinha de porcelana e não é tão fácil assim me livrar dela. Não digo que vou virar uma louca e sair por aí quebrando tudo, só não agüento mais passar tanto por cima de mim, me deixar em segundo plano, pra agradar aos outros ao invés de mim mesma.
Há pouco tempo atrás, consegui escapar e sair sem minha fantasia. E posso dizer que me senti tão bem, tão plena, como há muito tempo não me sentia. Mas a fantasia tem vida própria e correu trás de mim. Me fez vesti-la de novo. Me fez acreditar que não posso sair dela, porque as pessoas vão me julgar, vão ficar decepcionadas comigo outra vez. Uma bonequinha de porcelana tem uma imagem de perfeição a preservar e não pode simplesmente dizer ao mundo – ou pelo menos a certa parte dele - que tem desejos e que adorou a sensação de se deixar guiar por eles. Não pode admitir que ama, que sofre, que chora, que tem raiva de algumas coisas e pessoas, que sente ciúme, inveja, dor... Não! Uma boneca com tantas expressões negativas deixaria a estante feia, não é?
A gente precisa de muita coragem para admitir estar vivendo uma vida que não é a nossa, mas precisamos de muito, mas muito mais coragem pra vestir a fantasia de “si mesmo”. No momento, não possuo a coragem necessária pra me vestir de mim mesma outra vez. Restam alguns pedaços de porcelana que entranharam na pele e se recusam a sair. Mas nem por isso eu vou desistir. Puxarei e puxarei até que não reste vestígio. Assim, mostrarei de uma vez por todas que não sou uma bonequinha de porcelana e que descobri há tempos que o mundo não é cor de rosa do jeito que pintaram pra mim.
Quando finalmente eu conseguir me livrar desta fantasia incômoda de santinha perfeita, vou poder olhar no espelho, sorrir de maneira autêntica e ver que me reconheço outra vez.
Achei esta música no livro “O Poder da Gentileza” de Rosana Braga. Escolhi ela para encerrar o post, pois no momento em que a li, encontrei a descrição perfeita para o momento que estou passando. Então, nada melhor do que encerrar este post tão particular com ela.


A Lista (Oswaldo Montenegro)

... Faça uma lista dos sonhos que tinha,
quantos você desistiu de sonhar.
Quantos amores jurados para sempre,
quantos você conseguiu preservar.

Onde você ainda se reconhece,
na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora?

... Quantas mentiras você condenava,
quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo,
eram o melhor que havia em você?

Quantas canções que você não cantava,
Hoje assovia pra sobreviver.
Quantas pessoas que você amava,
hoje acredita que amam você? ...

domingo, 28 de agosto de 2011

PRESENTE DE ANIVERSÁRIO ESPECIAL

Renata Caroline da Silva:

Este vídeo eu te dei de presente de Dia da Amizade
e agora, como presente de aniversário pelos seus 26 anos -
12 deles em que eu estive presente -
te dou a postagem dele aqui no blog,
para que todos que passem por aqui saibam
o quanto você é importante para mim!!!!

TE AMO!!!!

FELIZ ANIVERSÁRIO MINHA AMIRMÃ!!!!!!!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

LIVRE



Uma jovem caminhava livremente. Tinha acabado de escolher o caminho que finalmente sentia ser o dela. Ela era livre! Finalmente as amarras tinham se desprendido, os conceitos ultrapassados tinham caído por terra e ela finalmente fazia o que tinha vontade de fazer. Sentia-se feliz. Assustada com tanta novidade, mas possuía a coragem necessária para seguir em frente, certa de que não podia mais voltar atrás. Ela era livre. Ela era ela.
Mas em determinao ponto do caminho, tudo ficou nebuloso. A jovem estacou. Não conseguiu mais avançar. Os atalhos começaram a parecer convidativos. A estrada à frente começou a parecer assustadora. Placas indicavam diversas direções: “Venha por aqui, eu tenho amor para lhe oferecer!”; “Siga o caminho da esperança!”; “Venha para o novo mundo!”. A jovem olhava aquelas placas e não sabia por onde seguir. “Diversão”, “Amor”, “Prazer”, “Esperança”, “Verdade”, “Possibilidade”, “Presente”, “Passado”, “Futuro”. A confusão era tanta, tantas opções e no entanto, a jovem estacou. Por um longo tempo. Até que veio um vento e a empurrou para um caminho que oferecia um pouco do que cada placa mostrava e isso só fez a situação da jovem piorar.
Eu não sei que caminho foi esse para onde o vento me empurrou, mas sei que não estou mais seguindo em frente como antes. Sinto presa novamente, sendo puxada para trás, cometendo velhos erros, reprimindo sentimentos, remoendo mágoas que estavam supostamente superadas. E assim vão se perdendo várias noites de sono. Não sei o que tudo isso quer dizer, mas sei que não quero mais sentir essas coisas.
Não quero mais olhar aquelas fotos e sentir que elas me machucam. Não quero mais ver aquelas cenas e deixar que elas me atinjam. Não quero mais me prender ao passado e me entristecer ao notar que está tudo diferente. Não quero mais ler nas entrelinhas, analisando mínimos detalhes que não cabe a mim analisar. Não quero mais entregar meu coração numa bandeja de prata como se fosse um petisco para qualquer um poder espetar. Não quero mais ler aquelas mensagens e saber que elas não me pertencem. Não quero mais ver olhares apaixonados que não se lançam em minha direção. Não quero mais sentir raiva, mágoa, dor. Não quero mais chorar e passar noites em claro por alguém que não está nem aí. Não quero ser mais uma diversão sua numa noite solitária. Não quero ser “uma pessoa especial” – mais uma entre tantas – para você. Não quero mais ser aquela que odeia o fato de não conseguir te odiar, simplesmente porque te ama demais. Não quero ser aquela que você vê quando dá, aquela que você beija de vez em quando. Ou aquela para quem você disse EU TE AMO sem ter a menor idéia do que isso significava. Ou aquela que depositava em você todas as esperanças de lutar por um amor verdadeiro. Eu não quero e nem posso ser só mais alguém na sua lista.
Eu quero ser aquela jovem sem amarras, a jovem borboleta que saiu do casulo e aprendeu recentemente a voar. Aquela que não tinha medo do caminho à frente, que se recusava a voltar porque já sabia que o que tinha ficado para trás não tinha mais serventia. Aquela que não se escondia nos atalhos por ter medo de seguir em frente. Aquela que estava tão determinada a seguir o caminho certo que não enxergava as placas errantes e simplesmente seguia. E ia bem. Ia feliz. Seguia a sua firme vontade de ser livre. E ia solta, voando com o vento, sem amarras. Quero ser de novo aquela jovem que era feliz. Aquela que era ela. Aquela que era livre.

I'll go it alone, that's how it must be
I can't be right for somebody else
If I'm not right for me
I gotta be free, I just gotta be free
Daring to try, to do it or die
I gotta be me

Eu vou sozinho, é assim que deve ser
Eu não posso ser certo para alguém
Se não for certo para mim
Eu tenho que ser livre, eu tenho que ser livre
Ousando tentar, vencer ou morrer
Eu tenho que ser eu
(I've Gotta Be Me - Glee - Finn)


domingo, 14 de agosto de 2011

O HERÓI DE TODOS NÓS





Era uma vez uma pessoa assim:
Impaciente – Não suporta filas, detesta esperar, odeia coisas que demoram muito, situações lentas e lerdeza em geral, mas principalmente raciocínio lento.
Engraçada – Adora fazer as pessoas rirem, mas também usa seu humor irônico muitas vezes para esconder seus reais sentimentos. Coisa que não engana quem sabe enxergar dentro daqueles olhos.
Inteligente – Eis aí uma qualidade da qual se orgulha. Tem pensamento rápido, é perspicaz e por isso tem esse ligeiro defeitinho de não suportar ter que explicar as coisas 150 milhões de vezes porque não é possível que seja tão difícil assim de entender.
Independente – Isso é uma qualidade e um defeito, porque ao mesmo tempo em que sendo independente essa pessoa aprende a se virar sozinha, às vezes ela pensa que pode carregar o mundo nas costas e acaba com uma sobrecarga e algumas frustrações quando se dá conta de que não pode resolver tudo.
Sonhadora – Às vezes se perde, com o olhar vago, lááááá longe, onde ninguém consegue alcançar. Está simplesmente sonhando com mil coisas que poderia – ou não – alcançar.
Orgulhosa – Por ser tão independente, ter mania de querer sempre resolver tudo sozinha, raramente admitir um erro e nunca dar o braço a torcer, passa a impressão – falsa – de que não precisa de ninguém. Mas cá entre nós: isso não é verdade. Já disse alguém mais sábio: “Nenhum homem é uma ilha para que possa viver isolado.”
Generosa – Apesar das suas oscilações de humor tem um coração maior que o mundo, que se doa de diferentes formas – e é daí que surge a mania de querer dar conta do mundo inteiro.
Eu poderia ficar aqui desfiando mais um monte de adjetivos para descrever essa pessoa: talentosa; determinada; curiosa – tem sede de aprender; aventureira (que os digam os cavalos de pau em umas estradas de terra por aí); a mania de sempre querer comer um docinho após as refeições; a alegria quase infantil de seu sorriso sincero, etc, etc, etc. Mas resolvi destacar apenas os mais marcantes e notáveis porque assim fica mais fácil de saber de quem eu estou falando.
Será que já dá para saber de quem este texto fala?
É claro que esta pessoa descrita aqui sou eu!!! Estas são todas as características que me fazem perceber o quanto eu sou igual a você, pai. Determinadas situações me fizeram perceber o quanto nós somos parecidos tanto na maneira de pensar quanto no modo de agir e eu percebi que com o tempo isso vem se intensificando.
Sendo assim, estou aqui hoje para te dar de presente o seu reflexo, toda a personalidade que eu herdei de você – exceto meu amor pela leitura e escrita que nós sabemos que não foi de você que eu peguei.
Como todo textinho comemorativo básico, entra aqui a parte das lembranças. Então vai lá: você lembra daquela Páscoa em que o carpete ficou todo sujo de talco por causa das pegadas do coelhinho? O Braço de Ferro do Século onde você saiu vitorioso contra o tio Beto? As nossas viagens para Piracaia? A buzina de galinha do seu carro anunciando a chegada em Barretos? A corrida contra o tempo pra me levar até Pinhal quando eu ganhei a bolsa do ProUni? Momentos e mais momentos, sempre gostosos de relembrar.
Para terminar, meio clichê mas tudo bem, quero dizer que adoro olhar nos seus olhos e ver o brilho de orgulho que aparece neles. Esse brilho que agora aparece principalmente quando você olha ou fala do Luiz Augusto – brilho que é dividido para ele e para o Gui que te “deu” o título de vovô do ano. Brilho que aparece quando a Jaque fala que consertou a pia, o controle remoto, trocou as lâmpadas da casa, o chuveiro, a torneira, seguindo o seu caminho de MacGuiver. É bom saber que um pouquinho desse brilho ainda brilha por mim, que nasci primeiro e tive exclusividade por pelo menos três anos e que, agora aos 25, ainda tenho certa dificuldade de dividi-lo seja com quem for. Esse brilho que apareceu quando eu puxei o coro da Fascinação para a vó. Esse brilho que apareceu quando eu ganhei minha bolsa e entrei na faculdade. Esse brilho que aparece quando eu conto que tirei 10 num trabalho e me faz ficar toda feliz, feito uma criancinha boba porque meu papai tem orgulho de mim. Esse brilho que me fazia e ainda me faz pensar que você pode resolver tudo, como todo super herói faz.
Por todos esses motivos, venho aqui te dizer: PAI, EU TE AMO!!!!!
E desejo a você hoje, em meu nome e em nome do Gui e da Jaque, um FELIZ DIA DOS PAIS!!!!!
Acho que não erro em falar em nome de nós três que você foi, é e vai ser para sempre o nosso herói.



Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito (...)
Pai!
(...) Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai! Paz!...

(Pai - Fábio Jr.)

domingo, 24 de julho de 2011

SRTA. PERFEIÇÃO PEDE PERDÃO


Não sei nem como começar a escrever porque não existe justificativa para o que eu fiz. Não existe explicação para o egoísmo, a burrice, a mentira, a ingratidão.
Pode ser que para você, um punhado de palavras num blog que você quase não lê não signifiquem nada, mas para mim, as palavras que você escreveu na mensagem que me mandou, deixam bem claro o quanto eu fui estúpida, imbecil e mesquinha.
Belo presente para se dar à sua amirmã em plena semana do dia da Amizade!!!PARABÉNS Juliana!!! Dessa vez você se superou!!! Brilhante!!!
Sei que para você neste momento, nada justifica a falta de uma resposta. O quebrar de uma esperança que brilhava nitidamente em seus olhos. Eu sei que não deveria ter agido assim. Sei que nada vai ser suficiente para que você entenda essa minha fuga alucinada.
Nem mesmo se eu te disser que isso não é exclusividade sua. Eu faço isso com todo mundo, o tempo todo. Quando as coisas apertam e começam a sair diferentes do que eu planejei; quando a minha vontade passa a ser contrariada demais, eu aproveito a primeira brecha que aparecer e fujo. Simples assim. Se não me dão o que eu quero; se eu sinto que não estou recebendo atenção suficiente; como uma criança mimada, eu faço prevalecer minha vontade. E se eu não consigo o que eu quero, como uma adolescente rebelde e problemática, eu fujo.
Fujo porque não tenho e nunca tive coragem de admitir minhas fraquezas. Fujo porque cresci acreditando que tinha que viver seguindo um modelo de perfeição. E a Srta. Perfeição não pode ter defeitos. E assim ela segue a vida. E por querer ser perfeitíssima, acaba estragando tudo aquilo que realmente importa na sua vidinha medíocre.
E quando percebe, já é tarde demais.
É por isso que eu fujo. Porque não tenho coragem de lutar, porque tenho me de demonstrar os meus reais sentimentos. Porque tenho ciúmes, porque sou pirracenta, porque tenho um medo enorme, inacreditável e irracional de PERDER!!! E por causa desse medo é que acabo perdendo tudo o que realmente importa.
Foi assim com ele, você sabe. Por medo de perdê-lo foi que perdi e terminei com o coração despedaçado, tendo que encarar todos os dias a realidade que me bate como se fosse um chicote dentro do meu coração.
E agora, para o meu maior desespero, estou agindo assim com você também. Logo com você!!! Eu sou mesmo uma tonta.
Não sei se você vai me entender e nem sei se todo esse texto vai servir para alguma coisa. Nesse momento, penso que nenhuma punição seria suficiente para mim.
Espero no entanto, que você seja uma pessoa muito melhor do que eu e entenda que a Srta.Perfeição tem um enorme defeito que se chama EGOÍSMO e está aqui, de coração aberto admitindo que sente ciúme e não sabe dividir você.
Eu tenho defeitos, sou de carne e osso.
Eu choro, sofro e sinto como todo mundo, mesmo que meu disfarce me esconda extremamente bem.
Me desculpe parecer e agir como um robô frio insensível.
Eu sou apenas humana, Renata.
Mesmo que às vezes me esqueça disso.

sábado, 23 de julho de 2011

QUERIA...


Queria mesmo era você aqui do meu lado. Andar de mãos dadas na beira do ,ar, sentido a brisa balançar os cabelos, ouvindo o barulho suave das ondas...
Queria era você caminhando ao meu lado, molhando os pés na beira d'água, catando conchinhas pelo caminho...
Queria era as suas pegadas deixando marcas ao lado das minhas na areia e você me beijando, fazendo os meus olhos brilharem mais do que o sol acima de nós...
Queria era sentar com você na praia, de frente para o mar, olhando os barquinhos passando ao longe no horizonte...
Queria construir um castelinho de areia, encostar no teu ombro para ver o pôr do sol, fechar os olhos e sentir você me carregar nos teus braços para viver intensamente o momento como se não houvesse amanhã...
Queria mesmo era que você estivesse aqui...

Será que é difícil entender?
Porque eu ainda insisto em nós
Será que é difícil entender?
Vem andar comigo
Vem, vem meu amor
As flores estão no caminho
Vem meu amor
Vem andar comigo
(Vem Andar Comigo - Jota Quest)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A DIFERENÇA


Ai amiga, como é que você sabe que não há nada com o que se empolgar? Como é que através de palavras na tela de um computador, você consegue captar a emoção desesperançosa que se instala dentro de mim?
Já sei, você é mágica, ou tem uma bola de cristal. Acertei?
É claro que não. Você é simplesmente a minha outra metade e como tal, me conhece muito, às vezes, muito mais do que eu mesma.
Então é claro que você não ia sentir tanta empolgação, já que eu mesma não a estou sentindo. É óbvio que você ia captar o tom das minhas palavras mesmo através da tela do computador. Aliás, por ele mesmo você pode perceber a diferença. Olhe nos meus olhos e compare aqui e lá. Responda sinceramente, onde é que eles brilham mais?
não é bem aonde a gente queria, não é mesmo?
É, eu sei. Isso é bem estranho.
Já que parecia que nada poderia ser mais perfeito - se a gente pudesse escolher.
Mas creio que a gente sabe que, mesmo assim, a escolha seria aquela.
É, eu não consigo e graças a Deus não preciso mentir para você.
Ainda bem que você me conhece o suficiente para saber da verdade.
Peço então que não me julgue. Não me culpe por isso. É simplesmente maior do que eu.
Agora, vai se preparando aí, porque no meio de toda essa confusão, vou precisar - e muito - do seu ombro.
Me espere então de braços abertos.


What can you do
When your good isn't good enough
And all that you touch tumbles down
Cause my best intentions
Keep making a mess of things
I just wanna fix it somehow
But how many times will it take
Oh how many times will it take
For me to get it right
To get it right

O que você pode fazer
Quando o seu melhor não é bom o suficiente
E tudo que você toca desaba
Porque minhas melhores intenções
Continuam fazendo uma confusão de coisas
Eu quero apenas corrigir isto de alguma forma
Mas quanto tempo vai levar ...
Oh quantas tentativas serão necessário
Para que eu acerte ...
Acerte...

(Glee - Get It Right - Rachel Berry)

domingo, 10 de julho de 2011

PRETENDING







Tá vendo aquela garota ali? Aquela, bem no canto, tão escondida que parece quase invisível? Pois bem, aquela garota ali, é a menina mais legal do mundo. Aquela que é a pessoa mais incrível que você já conheceu. Tão incrível, tão inacreditável, que você não dá conta.
Ela é imprevisível. Como toda mulher, tem suas oscilações de humor - e dá-lhe TPM - mas nada que altas doses de chocolate não resolvam. Ninguém sabe realmente o que se passa na cabeça dela. Eu não sei qual escola de artes ela cursou, mas com certeza foi aprovada com nota máxima.
Tá vendo aquele sorriso inigualável que ela ostenta, quase sempre acompanhado de uma gargalhada contagiante? Pois é. Eis a sua especialidade: sorrir. Sorriso esse, que ela só abre sinceramente para quem merece. Claro, nenhum de nós sai por aí distribuindo o que tem de mais especial para qualquer um. Mas esse sorriso... esse sorriso guarda também um mistério.Um segredo.
Ela é tão incrível, encara tudo de mente aberta. Sempre tem um ombro - ou dois - para oferecer. Claro, porque ela é forte. Ela suporta. Ela aguenta. Ela...COMPREENDE. Não abre a boca para nada e é preciso muito, mas muito mesmo, para lhe tirar a paciência.
Não estou aqui descrevendo nenhuma santa. Estamos falando de uma mulher de carne e osso, normal, com qualidades e defeitos, e não de um E.T - apesar de às vezes, ela se sentir um.
Estamos falando daquela menina ali, tá vendo? Aquela com olhos esperançosos e fantasias em torno da cabeça. Aquela que parece flutuar nas mais altas nuvens e que, de repente, te surpreende repetindo cada palavra da conversa à qual você achou que ela não estava prestando atenção.
Estamos falando da pessoa mais incrível que você já conheceu, não é? Tanto falaram, que ela acabou por se convencer. Ela é então a garota mais especial de todas as garotas, não é? Tão especial, tão incrível e inigualável, que você não deu conta.
Mas ela é forte. Ela pode com tudo. Joga tudo em cima dela, que ela aguenta. Afinal, lá está o lindo sorriso sempre enfeitando seu rosto. E olhe! Seus olhos brilham tanto!!!
Pois olhe mais de perto. Olhe bem para ela.
Aqui vai o segredo de seu sorriso. O motivo da nota 10 na escola de artes: o sorriso é seu esconderijo. Ela é forte? Sim, talvez seja. Mas não tão forte a ponto de não ter fraquezas. Ela é especial? Claro que é!!! Mas como já falamos, ela é uma mulher, normal, que tem sentimentos como todas as outras e nem sempre é possível passar por cima deles. Eis então seu grande mistério: Quando está quebrada por dentro, sorri e deixa soar sua gargalhada mais alta, para ver se assim, a tristeza se vai. Mas nem sempre isso dá certo...
Ah, quase esqueci. O brilho nos olhos. Poderíamos dizer que é de Esperança e eu garanto que às vezes, é sim. Esperança sempre existe... Mas esse brilho de hoje, é o brilho da tristeza que ainda não foi embora e que fica dentro, mas que vai saindo em forma de lágrimas. As lágrimas que hoje, fazem os olhos da garota brilharem.
Tá vendo aquela garota lá? Olha mais de perto um pouquinho.
SURPRESA!!!
Aquela garota sou eu.
A garota mais especial que ninguém jamais realmente conheceu!


...I close my eyes, I look away
That's just because i'm not okay
But i hold on
I stay strong
Wondering if...
(...)
Will we ever say the words we're feeling
Reach down underneath and tear down all the walls
Will we ever have a happy ending
Or will we forever only be pretending?
Pretending?


...Eu fecho meus olhos, eu olho além
Isso é porque eu não estou bem
Mas persisto
Me mantenho forte
Imaginando se...
(...)
Iremos nós algum dia dizer o que sentimos
Alcançar no fundo e derrubar todas as paredes
Teremos nós algum dia um final feliz
Ou iremos para sempre ficar só fingindo?
Fingindo?

(Glee - Pretending - Finn Hudson)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

CERCADINHO




Tá vendo, criança? É isso que dá, querer brincar de gente grande! Tristezas, mágoas e decepções.
Por que você não ficou quietinha, dentro do seu cercadinho com os seus brinquedos? Não! Pois precoce como é, se interessou pelos brinquedos das crianças maiores. Achou que podia com elas. Mas não pôde, não é?
Por que, Chapeuzinho Vermelho, sabendo que tinha um lobo na floresta, você se desviou do seu caminho?
- Mas e a sede de aventura, e a vontade de mudar, de sair da mesmice???
- Mas você tem maturidade suficiente para isso? Pensou que tinha, não foi?
Achou que podia pular a cerquinha, brincar com os brinquedos novos e que depois o cercadinho estaria ali, te esperando, no mesmo lugar e do mesmo jeito, não é?
Não viu que do lado de fora do cercadinho, estava desprotegida, vulnerável aos perigos da vida real?
Você é uma sonhadora, minha doce criança, apesar deste espírito livre e da sede de aventura; apesar de ter nascido sob o signo da rebeldia, é ainda um bebê e agora que tropeçou e caiu, chora e pede colo. Mas já não há ninguém que possa te dar.
O caminho de volta para o cercadinho não existe!!!
Quando você pula a cerquinha para procurar os brinquedos novos, automaticamente se apaga. Mas ninguém te contou isso, não é?
Você pulou, achando que poderia voltar se não gostasse e agora que sabe que não pode, está perdida e não sabe o que fazer.
É doce criança, é chegada a hora de crescer. Aquela tão assustadora hora que você tanto evitou, que você tanto temeu. O lobo mau da sua floresta tá bem aí na sua cara e você sabe que não pode correr. Pois é.
É difícil, mas acredite, vai passar. Chegou a hora de enfrentar seus medos. De perceber que o cercadinho não existe mais. Que seus brinquedos antigos, sumiram com ele. As brincadeiras agora são outras. Querendo ou não, você está no jogo.
Portanto, quando chegar a sua vez, jogue os dados, ande as casas e faça o melhor possível com a jogada que conseguir. Vezes você vai perder, vezes você vai ganhar... Eis o jogo da vida!
Aproveite cada momento, experimente, chore quando quiser chorar, grite quando quiser gritar, SE IMPONHA!!! Você sabe quem você é!!! Conhece as regras!!! Então JOGUE!!!
Quando você menos esperar, vai perceber que um jogo termina pra outro poder começar. Que o cercadinho era um lugar confortável e aconchegante, mas você tinha que deixá-lo para poder evoluir.

A vida não para pra que a gente faça tudo ser do jeito que a gente quer e também não é um filme para poder apertar "REW" e voltar a viver a parte que você mais gostou de viver.

Então esquece o cercadinho e vive!!! Você vai ver que não é tão assustador assim. A vida é um constante evoluir e se você ficar parada, o lobo mau vai te pegar.

Esquece o cercadinho!!! Tem um mundo infinito esperando por você!!!

Se dói aqui, sai e procura outro lugar; se não gosta disso, vai encontrar outra coisa melhor; se tá chato, muda!!!

Você só não pode ficar parada esperando alguém resolver por você, porque ninguém vai fazer isso.

Sai do cercadinho!!! Cai e levanta de novo! Machuca, toma remédio e sara!

Vive! Sofre! Chora! Erra! Acerta! Ama! Se arrepende! APRENDE!!!

É chegada a hora de crescer!!!

Quem sabe eu ainda
Sou uma garotinha
Esperando o ônibus
Da escola, sozinha...

Cansada com minhas
Meias três quartos
Rezando baixo
Pelos cantos
Por ser uma menina má...

Quem sabe o príncipe
Virou um chato
Que vive dando
No meu saco
Quem sabe a vida
É não sonhar...

Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem
Pois sou criança
E não conheço a verdade
Eu sou poeta
E não aprendi a amar
Eu sou poeta
E não aprendi a amar...

Bobeira
É não viver a realidade
E eu ainda tenho
Uma tarde inteira...

(Malandragem -Cássia Eller
Composição : Cazuza / Frejat)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

SONHAR



A idéia para este post surgiu na sexta-feira após uma série de coincidências e fechou com uma conversa no fim da noite. Na verdade, comecei a escrevê-lo no ônibus da facu, mas fui interrompida. Agora estou aqui, no meio da tarde, tentando escrever de novo, torcendo para ninguém me interromper porque preciso gritar, preciso colocar para fora.

Então aqui vou eu...
Ultimamente eu tenho pensado e percebi que nós estamos vivendo num mundo mecânico. A tecnologia avança cada vez mais e, de forma tão assustadora que parece que as pessoas estão virando robôs.
Sei lá, às vezes parece que ninguém mais tem sentimentos e nem se importa com eles. Tudo se resume a fazer seu trabalho, rápido, porque tem muito mais o que fazer na fila esperando.
Pessoas que não se animam com nada, que estão todo dia de mau humor, e é tanto mau humor, pessimismo e irritação, que contagia todo mundo que está em volta, de tal forma que nem se você passar um mês nas montanhas com os monges do Tibet, você não consegue recuperar sua paz de espírito.
Pessoas conformadas com suas vidinhas pacatas. A cidade em que eu vivo é cheia de gente assim. Nunca acontece nada naquele lugar porque 99,9% da população acha que do jeito que tá, tá bom.
Tô de saco cheio de escutar gente de todos os lados dando palpite na minha vida: "Você TEM que sair mais!!!"; "Você TEM que arrumar um namorado!!!"; "Você TEM que aguentar, que compreender, que aceitar, que fazer isso, que fazer aquilo!!!". Quer saber a frase que mais me irrita??? "AI, A VIDA É ASSIM MESMO!!!"
Cansei de escutar que eu TENHO que aceitar, que eu TENHO que entender. E que história é essa de que a vida é assim??? Para mim, a vida é do jeito que a gente faz. Chega!!!
Onde é que tá escrito que a vida é assim mesmo e que a gente tem que ficar parado, tomando paulada na cabeça e sorrindo e dizendo que do jeito que tá , tá bom???
Sai fora!!! Eu tenho sonhos!!! Alguns extremamente delirantes, outros nem tanto. Mas eu pretendo buscá-los, eu pretendo lutar por eles e realizá-los. E não é me conformando e vendo a vida passar que eu vou conseguir.
Quero ir além desta vidinha pacata, quero conhecer o mundo, viajar por lugares diferentes, conhecer pessoas e culturas distintas e depois, passar todas essas histórias para o papel; escrever um livro! Sim!!! Um livro!!!(Para começar).
Quero subir no alto de uma montanha e ver o mundo lá de cima. Respirar beeem fundo e me sentir flutuar. Esticar as mãos como se pudesse alcançar as nuvens e voar...Por que não?
Delirante demais? Talvez sim... Talvez não... Quem sabe???
Queria saber onde é que foi parar a capacidade das pessoas de fazer isso.
Simplesmente fechar os olhos e SONHAR.
Como é possível viver sem acreditar que pode existir alguma coisa maior, melhor para nós??? como viver sem vontade de mudar, de melhorar, de crescer, de evoluir???
Um dos meus professores na faculdade vem falando muito sobre isso. E uma das frases que ele falou, deixa bem clara a intenção deste post:
"Quem não sonha, não chega a lugar nenhum ou qualquer lugar é lugar."
Eu não quero qualquer lugar. muito menos lugar nenhum. Posso não saber exatamente qual é o lugar que eu quero, mas sei que não é onde eu estou agora.
E você? Vai procurar seu lugar ou vai ficar olhando a vida passar?
Fica esperto porque a FELICIDADE não bate duas vezes na mesma porta.
Sonhe, de olhos fechados e de olhos abertos e busque este sonho. Mire a sua estrela e vá atrás dela.
Se vai ser possível alcança-la, você só vai saber se levantar e for buscá-la.


Não ponha palavras
Na minha cabeça
Pare de falar
Antes que eu
Enlouqueça
Não quero dar
Explicações
Não vou mudar
Não importa
O que aconteça...

A vida é minha
Eu faço o que eu quiser
A vida é minha
Eu faço o que eu quiser...
(Capital Inicial)

QUE SEJA ETERNO ENQUANTO DURE...




O que vale mais?
Um instante do seu lado ou a vida inteira sem você?



Neste momento incerto em que os ventos te trazem de volta, inevitavelmente, as dúvidas atormentam o meu coração. Fico aqui me contendo, com medo, retraída, porque não quero ver o meu coração partido outra vez.



Mas aí vem os sonhos, os delírios, as lembranças...São mais fortes do que eu e eu simplesmente não posso controlar.



Quando me dou conta, não estou vivendo este amor porque, ora me prendo ao passado, remexendo lembranças e ora estou no futuro, tentando projetar coisas que estão fora do meu controle.



Como assim???
É hora de viver o PRESENTE!!! Ele não tem este nome à toa. É uma dádiva e temos que saber aproveitá-la.



Tenho saudade sim, daquelas brincadeiras inocentes, daqueles olhares assustados e desvios rápidos quando você me pegava no flagra te olhando. Saudades dos corações que desenhavam com nossos nomes na lousa, de como você me esperava na porta só para ma falar oi. Saudade da linda história de Conto de Fadas onde a bobinha CDF que sempre sobrava, foi escolhida pelo cara mais lindo e desejado da escola.



Isso tudo aconteceu. Foi maravilhoso. Mas é PASSADO!!! Tem que ficar lá, no lugar dele. Não vai voltar mais, por mais que eu queira. Apenas vai permanecer em nossos corações como uma lembrança linda, para sempre.



E como vai ser quando a gente se ver? Será que vai dar tudo certo? Desta vez você vai ter coragem de lutar contra tudo e contra todos; nós vamos nos entender, nos aceitar do jeito que somos? O amor vai ser o mesmo? Vai ser maior? Não vai ser? Vai dar tudo errado? Nós vamos nos casar e formar uma família linda e seremos felizes para sempre?



A resposta é...Sei lá!!! Isso é FUTURO!!! E como diz o ditado: "O futuro a Deus pertence".
Então cheguei à conclusão de que estou deixando de viver o que há de bom porque estou teimando em viver na época errada. Ora em uma que já passou, ora em outra que não chegou. Tá tudo errado!!!



Decidi que quero viver o presente. Quero viver com você aquilo que tiver para ser vivido. Intensamente, completamente, de corpo e alma, mas no PRESENTE.


Quando a gente se encontrar, não quero pensar em nada. Vai ser só eu e você. Olhos nos olhos, boca na boca, coração com coração. Só quero pensar que te tenho ali nos meus braços e que o resto do mundo não existe.



Se vai ser como era antes, se vai dar certo ou não, não importa. Importa fazer de cada momento, um momento especial, para que no futuro, este momento seja mais uma linda e preciosa lembrança.



Como disse o poeta:
(...) Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."



Demorou, mas eu finalmente entendi o que ele quis dizer. E espero que nós possamos fazer com que nosso amor seja eterno, mesmo que ele só dure um momento.



Que seja eterno enquanto dure esse amor
Que dure para sempre
Que venha abençoado por Deus
Que seja diferente
Que tenha alegria
Que ponha fogo em mim
Quem é que não quer um amor assim
(Negritude Jr. - Que Dure Para Sempre)

SONETO DE FIDELIDADE
(Vinícius de Moraes)

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.