sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

EVEREST

E mais um ano começa. E eu me pergunto: onde está você? Cadê aquela força, aquela jovialidade, aquela fé de que seria capaz de conquistar tudo? Aquela visão de que o topo da montanha estava a apenas um passo?
Você olha no espelho e o que vê? Olhos tristes, pálpebras caídas. Olheiras das diversas noites de sono perdidas. Cabelo desgrenhado.
E o seu corpo? Alguns quilos a mais, disposição a menos. Dores nas pernas, nos braços, nos pés, nas costas.
E aquela alma de criança, que brilhava arteiramente no cantinho atrás destes olhos castanhos? Cadê teu sorriso que persistia e permanecia e se avolumava e crescia acima de toda uma multidão de negatividades? Me diz? Onde está? Me diz? O que vês?
A montanha agora parece intransponível. O cume inatingível. Um Everest inescalável. A multidão de negatividades te engole como um bando faminto e sanguinário de zumbis.
E você faz o quê? Se encolhe? Se esconde? Se acanha? 
O que é isso?
Nem mesmo tuas palavras, antes as mais sinceras companheiras, parecem ser fortes o suficiente para te acompanhar nessa escalada.
Mais uma vez me pergunto: onde está você?
Menina bonita do laço de fita. A primeira da classe. A criativa excepcional. A cheia de ideias fenomenal. Cadê???
Em que parte da montanha o ar se tornou rarefeito e te fez perder o fôlego? Onde foi que tudo ficou mais difícil? Onde você se perdeu?
Saia debaixo da neve que está se acumulando e atolando você. Escave, até enxergar o brilho do sol. Levante. Revise seu equipamento de escalada. Reanalise o mapa. SEMPRE há uma saída.
O topo está a apenas mais um passo.
Continue escalando.
O topo da montanha não vai descer para que você possa alcançá-lo.

"Continue a nadar, continue a nadar, para achar a solução... Nadar, nadar, nadar..."
(Dory - Procurando Nemo)



2 comentários:

  1. Às vezes a gente se esconde da vida, e até de nós mesmos, por puro instinto de proteção... cansaco... Mas é fundamental revertermos esse processo Ju, porque só saindo da concha é que conseguiremos alcançar a felicidade.

    Adorei teu texto! Se 2013 não tivesse sido o ano em que comecei a me libertar, teria me identificado bastaaanteee com ele!! Beijo e feliz 2014.

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    1. Pois é Malu... Tô aqui na minha conchinha só esperando uma brechinha para saber a hora certa de sair... E ela vai chegar! Sei que vai!
      Bjos e obrigada pelo comentário!

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