terça-feira, 26 de junho de 2018

Um Domingo Ensolarado Qualquer





Às vezes a gente só se dá conta das coisas quando a vida nos dá uma rasteira.
A gente reclama o tempo todo. Reclama que tem que ir trabalhar, reclama que tem que ir estudar. Se tá calor, tá quente demais; se esfria, reclama do frio. Reclama que o dinheiro tá curto, que as coisas estão muito caras. Reclama que não tem nada na TV, que a Internet caiu. E aí, num domingo ensolarado qualquer, a vida te joga na cara que tudo pode mudar. Que tudo isso, num piscar de olhos, pode acabar.
E aí, a lasanha que você fez no almoço, perde o sabor. A roupa que tá batendo na máquina, perde a importância. A faxina na casa perde o sentido. E numa sacudida dessa, você percebe o que nessa vida tem valor de verdade.
Foi nesse último domingo ensolarado qualquer que um telefonema me tirou o chão. Que a roupa, a faxina, a lasanha, o emprego, o dinheiro, ficaram em segundo, terceiro, milésimo plano.
E o quadro de um trem pintado a mão na parede e a plaquinha de "Lar Doce Lar" pendurada na porta de entrada, entraram em foco e se tornaram as obras de arte de valor mais inestimável do mundo. Que uma conversa casual do Whatsapp  de um mês atrás se tornou inesquecível. 



E aí veio na lembrança o passeio no Parque da Água Branca; aquela vez em que a gente tentou mas não deu certo, ver "Pluft, o Fantasminha" no teatro; as piadas, histórias, vitórias do  Palmeiras compartilhadas e muitas pequenas coisas mais, que de repente se tornaram as melhores e mais preciosas coisas da vida. 
Foi assim, ao fechar os teus olhos que a vida resolveu abrir os meus. E eu resolvi escrever este texto, que eu não quero que seja um texto de despedida e sim de gratidão. Gratidão pela família que eu tenho. Por todos os meus tios e tias maravilhosos. Obrigada por cada passeio, por cada docinho depois do almoço, por cada Páscoa e cada Natal recheados de fantasia; por cada almoço delicioso; por cada noite simples de filme e pipoca, por todas as portas abertas, por todos os ensinamentos e por cada miníma coisa que as palavras não podem descrever.
Não reclame do que você não tem. Das coisas que estão fora do seu alcance. Olhe ao redor, dê valor a cada dia em que amanhece e você abre os olhos. Eu sei que é difícil. Ninguém vive feliz o tempo todo. Todos temos dias bons e ruins. Mas procure dar valor às pequenas coisas. Se fizer muito sol, ande pela sombra; se chover "prante uma pranta" - como dizia meu avô. 
Em meio a todo esse turbilhão,uma frase me foi dita: "Quando a gente precisa, a gente dá um jeito de estar junto". Não vamos mais esperar precisar. Vamos simplesmente estar juntos em qualquer domingo ensolarado desses! Porque no final de tudo, o que vale de verdade são esses momentos que compartilhamos.
vamos valorizar o que  a gente tem antes que a gente seja obrigado a enxergar o quão maravilhoso ERA o que a gente TINHA!
Antes que um domingo qualquer nos dê uma rasteira e faça chover através dos nossos olhos!



6 comentários:

  1. É assim que Deus fala com as pessoas .através de fatos de parábolas de acontecimentos. E só assim pra gente entender .por isso que digo sempre é sempre vou dizer (HAJA O QUE HOUVER EM SUA VIDA FIQUE SEMPRE COM DEUS E TUDODIBOMM)A PAZ DE CRISTO COM VC BJS DO TIO TE AMO !

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  2. Que texto lindo, Ju! Eu poderia dizer que lamento o desenlace, mas as nossas convicções não permitem, né? Que ele esteja sob o amparo do Bom Deus e que vocês guardem no coração toda a felicidade e os bons momentos compartilhados!
    Bjs

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  3. Lindo demais!!!Umas das maiores verdades que já li. Parabéns por conseguir enxergar isso e com toda simplicidade nos faz enxergar tbm.

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