quinta-feira, 25 de agosto de 2011

LIVRE



Uma jovem caminhava livremente. Tinha acabado de escolher o caminho que finalmente sentia ser o dela. Ela era livre! Finalmente as amarras tinham se desprendido, os conceitos ultrapassados tinham caído por terra e ela finalmente fazia o que tinha vontade de fazer. Sentia-se feliz. Assustada com tanta novidade, mas possuía a coragem necessária para seguir em frente, certa de que não podia mais voltar atrás. Ela era livre. Ela era ela.
Mas em determinao ponto do caminho, tudo ficou nebuloso. A jovem estacou. Não conseguiu mais avançar. Os atalhos começaram a parecer convidativos. A estrada à frente começou a parecer assustadora. Placas indicavam diversas direções: “Venha por aqui, eu tenho amor para lhe oferecer!”; “Siga o caminho da esperança!”; “Venha para o novo mundo!”. A jovem olhava aquelas placas e não sabia por onde seguir. “Diversão”, “Amor”, “Prazer”, “Esperança”, “Verdade”, “Possibilidade”, “Presente”, “Passado”, “Futuro”. A confusão era tanta, tantas opções e no entanto, a jovem estacou. Por um longo tempo. Até que veio um vento e a empurrou para um caminho que oferecia um pouco do que cada placa mostrava e isso só fez a situação da jovem piorar.
Eu não sei que caminho foi esse para onde o vento me empurrou, mas sei que não estou mais seguindo em frente como antes. Sinto presa novamente, sendo puxada para trás, cometendo velhos erros, reprimindo sentimentos, remoendo mágoas que estavam supostamente superadas. E assim vão se perdendo várias noites de sono. Não sei o que tudo isso quer dizer, mas sei que não quero mais sentir essas coisas.
Não quero mais olhar aquelas fotos e sentir que elas me machucam. Não quero mais ver aquelas cenas e deixar que elas me atinjam. Não quero mais me prender ao passado e me entristecer ao notar que está tudo diferente. Não quero mais ler nas entrelinhas, analisando mínimos detalhes que não cabe a mim analisar. Não quero mais entregar meu coração numa bandeja de prata como se fosse um petisco para qualquer um poder espetar. Não quero mais ler aquelas mensagens e saber que elas não me pertencem. Não quero mais ver olhares apaixonados que não se lançam em minha direção. Não quero mais sentir raiva, mágoa, dor. Não quero mais chorar e passar noites em claro por alguém que não está nem aí. Não quero ser mais uma diversão sua numa noite solitária. Não quero ser “uma pessoa especial” – mais uma entre tantas – para você. Não quero mais ser aquela que odeia o fato de não conseguir te odiar, simplesmente porque te ama demais. Não quero ser aquela que você vê quando dá, aquela que você beija de vez em quando. Ou aquela para quem você disse EU TE AMO sem ter a menor idéia do que isso significava. Ou aquela que depositava em você todas as esperanças de lutar por um amor verdadeiro. Eu não quero e nem posso ser só mais alguém na sua lista.
Eu quero ser aquela jovem sem amarras, a jovem borboleta que saiu do casulo e aprendeu recentemente a voar. Aquela que não tinha medo do caminho à frente, que se recusava a voltar porque já sabia que o que tinha ficado para trás não tinha mais serventia. Aquela que não se escondia nos atalhos por ter medo de seguir em frente. Aquela que estava tão determinada a seguir o caminho certo que não enxergava as placas errantes e simplesmente seguia. E ia bem. Ia feliz. Seguia a sua firme vontade de ser livre. E ia solta, voando com o vento, sem amarras. Quero ser de novo aquela jovem que era feliz. Aquela que era ela. Aquela que era livre.

I'll go it alone, that's how it must be
I can't be right for somebody else
If I'm not right for me
I gotta be free, I just gotta be free
Daring to try, to do it or die
I gotta be me

Eu vou sozinho, é assim que deve ser
Eu não posso ser certo para alguém
Se não for certo para mim
Eu tenho que ser livre, eu tenho que ser livre
Ousando tentar, vencer ou morrer
Eu tenho que ser eu
(I've Gotta Be Me - Glee - Finn)


Um comentário:

  1. Oi, Ju

    Duas coisas me chamam de mais à atenção nesse post. A primeira, "E assim vão se perdendo várias noites de sono". A segunda é o fato de outras pessoas estarem atravancando sua vida.
    Eu sei que relacionamentos não são fáceis, ainda mais os amorosos. Dói. Marca. Quando a gente gosta de alguém que não corresponde ou se corresponde e não está à altura, é pior ainda. Eu já vivi isso, sei o quanto é ruim, mas nunca permiti (nunca mesmo) que uma pessoa me derrubasse por muito tempo. Que sentimento algum me pusesse pra baixo. E isso é um compromisso que eu assumi comigo. Hoje por exemplo, eu tenho uma relação comigo mesmo de 23 anos e sei que quem entrar na minha vida agora é muito menor do que ela – porque não nasci amando ninguém, e também não preciso morrer. Nem sofrer.

    Você deve estar pensando: “Pra ele é fácil, ele é extremamente racional e eu sou puro coração”. Mas eu digo uma coisa: posso (me fazer parecer) ser racional, mas não se esqueça que sou um homem de carne e osso e também tenho um coração. Já amei de mais. Já sofri o dobro. Mas sempre, por um pequeno tempo. Porque no fim das contas eu escolhia a minha companhia sincera à companhias efêmeras. Quando a gente tem dificuldade em ficar só, o outro é sempre mais tentador.

    Uma coisa eu te recomendo: ame-se verdadeiramente e trate essas pessoas, não como você gostaria de ser tratada, mas sim como elas merecem ser tratadas! Quem entender isso, mantenha perto. Quem não entender, afaste. Quem aproveitar, se afaste! E não aceite o mínimo de nada, ou a pessoa é 100% sua amiga ou amigo, ou está 100% contigo, ou é melhor cair fora! A partir daí, as relações que sobrar pelo menos são completas.


    Beejo Ju
    Fique com Deus.

    ResponderExcluir