sexta-feira, 29 de junho de 2012

PERDOAR

Não é a primeira vez que me pego pensando no significado do perdão. Não no significado da palavra, mas sim do ato de perdoar. Ando precisando perdoar aqui e ali, mas não tenho certeza de que saiba fazer isso. E a minha desculpa sempre foi a frase feita: "Perdoar é divino e eu não sou Deus".
Porém, olhando para trás e fazendo um balanço, percebo que, mesmo alegando não saber, perdoei. Perdoei não só os outros por coisas que me fizeram, mas também perdoei a mim mesma. Sou apenas humana. E hoje, dou graças sinceras a Deus, por não ser uma pessoa extremamente racional. Dou graças todos os dias porque apesar das inúmeras vezes que o meu coração foi ferido, destroçado e despedaçado, ele não perdeu sua capacidade de regeneração. Ele sempre se renovou, se reconstruiu, se fortaleceu e suportou e abriu as portas para acolher de volta muitas das pessoas que saíram impetuosas e disseram que não voltariam nunca mais.
Pois é, apesar de tudo, meu coração continua aqui. Trincado, remendado, mas intacto em sua capacidade de amar. Ele é a minha maior fraqueza - posto que se entrega inteiro; mas também é minha maior força, pois quanto mais se quebra, mais se reconstrói; quanto mais cai, mais forte se levanta e não perde NUNCA a melhor de todas as capacidades humanas que é AMAR.
Se eu fosse seguir minha razão - desconsiderando o bom senso e a emoção - teria sempre o conceito de que perdoar é coisa de gente fraca, que gosta de ser feita de besta. Mas o perdão está além da mente, além da razão e aprendi isso a duras penas. e embora não tenha percebido, SEMPRE perdoei.
PERDOEI as mentiras nas quais me fizeram acreditar;
ME PERDOEI por ter tantas vezes me deixado enganar.
PERDOEI quem me feriu por estar com o coração ferido;
ME PERDOEI por ferir quem não merecia só porque eu estava ferida.
PERDOEI quem brigou e esbravejou comigo quando não devia tê-lo feito;
ME PERDOEI por não ter brigado e esbravejado quando deveria.
PERDOEI o orgulho, que construiu muros e derrubou pontes;
ME PERDOEI pelas vezes em que meu orgulho me impediu de enxergar que estava fazendo o mesmo.
PERDOEI as palavras duras, as acusações sem sentido, a injúria;
ME PERDOEI por ter odiado, praguejado e acusado também.
PERDOEI a cegueira emocional de quem só enxerga com a cabeça;
ME PERDOEI por nem sempre conseguir enxergar além do coração.
Perdoei com naturalidade, pois eu nem mesmo sabia que o que fazia era perdoar. Aquilo para mim, era o meu coração mole, que não tinha firmeza e nem memória e sempre deixou a porta aberta para quem quisesse voltar.
Agradeço portanto, o coração que tenho, pois sem ele eu seria sim, uma pessoa amargurada, enclausurada numa lógica restrita do tipo "aqui se faz, aqui se paga" ou "olho por olho, dente por dente" e por aí vai. Cheia de mágoa e rancor, incapaz de algum sentimento além daquele que a minha cabeça ditaria como o certo.
Hoje sei que sei perdoar. Que sempre perdoei. Que sempre perdoarei. Independente do que pensem, que digam, que falem.
Perdoo porque sou humana. Sou sentimento. Sou emoção. Não sei não amar. Não sei não confiar. Não sei não acreditar.
Perdoo acima de tudo porque sou toda coração.

Quer ser feliz por um instante? Vingue-se.
Quer ser feliz para sempre? Perdoe.
E principalmente: perdoe-se.

Entre estar certo e ser feliz, prefiro ser feliz!
(Autor Desconhecido).

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