terça-feira, 5 de agosto de 2014

Ranzinzice



Ás vezes eu acho que estou ficando véia. Não velha, no sentido real da palavra, mas véia, e daquelas bem ranzinzas.
Sei lá, eu ando sem paciência com tanta coisa, implicante, irritada... Tem hora que nem eu me aguento.
Não tenho paciência para aguentar bobagens. Eu quero conteúdo, cultura, quero conversas inteligentes! Não que eu vá ficar falando de filosofia e matemática e de como as leis da física estão presentes em nosso dia a dia, mas você já parou para escutar uma conversa dos adolescentes de hoje? Não que todos sejam completos imbecis – toda regra tem sua exceção – mas é um índice de quase 90 % de futilidade e inutilidade.
É claro que eu também falo bobagem e rio de coisas tontas. Mas não é o tempo todo. Tem hora certa, lugar certo disso acontecer. Tem motivo.
É difícil tentar explicar algo que nem eu mesma consigo compreender, mas dá para perceber que eu tô parecendo aquela véia chata e implicante da vizinhança?
Eu só quero um pouco de sossego. Um bom livro e uma boa conversa. Alguns minutos de paz para observar o céu. A tranquilidade de uma brisa no rosto. A leveza de não carregar tanta responsabilidade nos ombros. Uma caneca de leite com café e um chocolate.
Tranquilidade.
Às vezes dá vontade de fugir de tudo e de todo mundo. Não gosto de me sentir desse jeito. Parece uma infecção. Começa em mim e vai se espalhando até infectar todo mundo numa chatice sem fim. Não gosto.
É... sei lá... Uma sede de mudança.
Quero que as pessoas parem de brigar. Quero que se acabem as guerras sem motivo, onde quem paga é sempre quem não tem nada a ver com isso. Quero que as pessoas se respeitem e entendam que somos todos diferentes e pronto. Que cada um cuide da sua vida e deixe que os outros cuidem das deles.
Tô sem saco pro preconceito, pra inveja, pra disse-me-disse, pra gente intrometida, gente xereta, gente tosca, gente chata...
Resumindo: tô sem paciência pra tanto mimimi.

Vou me recolher à minha ranzinzice e esperar passar. Por hora, é o melhor que eu posso fazer.

2 comentários:

  1. Ei, Ju!

    Eu acho que o seu "tô sem paciência pra tanto mimimi", no final, resume toda a questão. Nesse momento em que tudo o que fútil ganha ibope, quem rema contra essa maré, acaba parecendo ranzinza mesmo. Aliás, esse é um rótulo que me colocaram já há alguns anos: "tu parece aquelas velhas de 80 anos, menina!" Mas, sinceramente, não ligo muito não! rs

    Engraçado, seu texto me fez lembrar das três caçulas Bennets. Pobre Mary que convivia lado a lado com as duas matusquelas Kitty e Lydia, rs

    Beijos!

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    1. Ihh Malu, eu já tenho esse rótulo faz tempo...
      Mas tem horas que essa véinha toma conta e ela é chata demais!
      Mas ainda bem que passa! Porque olha, não é fácil não!
      hahaha
      Bjos Malu!

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