quinta-feira, 5 de agosto de 2010

CONSCIÊNCIA

Vai doer muito mais do que eu pensei. As proporções são bem maiores do que as que eu havia calculado. Também, quem mandou querer transformar o amor em matemática? Daria tudo para poder tomar uma anestesia que me fizesse parar de sentir essa dor. Mas ainda não existe esse remédio.
Enquanto isso, a vida vai seguindo e eu vou escutando:"Seja forte!!! Você TEM que ser forte!!!". Tem hora que dá vontade de mandar tudo para o espaço e gritar: "DANE-SE!!!EU NÃO QUERO SER FORTE!!!EU NÃO SOU FORTE!!! Eu quero ser fraca e chorar até me desmanchar!!!"
Mas é nessas horas que entra em cena minha mais nova companhia: a CONSCIÊNCIA. Quando eu acho que vou enlouquecer e que não vou mais aguentar, ela se põe no lugar da angústia e me diz: " Você aguenta!!!". Quando a dor se torna intensa e as lágrimas começam a cair, ela mostra tudo o que eu tenho, tão claro e límpido, tão certo, que eu me acalmo de novo.
O que ela me mostra é que existe um coração que é meu, mais até do que o meu próprio. Através dos olhos eu vi esse coração, que muita gente não vê porque vive escondido. E eu sei que ali, existe um bom pedaço de mim. Ela me mostra que o que eu vi naqueles olhos, ninguém vai me tirar. Nem que as coisas mudem, nem que a Terra saia do eixo, aquilo que eu vi, ninguém me tira. E essa certeza vem tão forte, que me inunda de algo tão bom, que eu nem sei que nome dar. Quem sabe não seja isso o tão inexplicável AMOR?
Mesmo assim, mesmo tendo a plena consciência do que eu QUERO, do que eu SINTO e do que eu POSSO, não significa que vai doer menos. A dor é a mesma. Às vezes parece capaz de quebrar até os ossos de tão intensa. As lágrimas são inevitáveis. Eu estou consciente, mas não sou feita de ferro.
O amor não é exato, por isso, todos os meus cálculos deram errado e anda doendo muito mais do que eu pensei. E às vezes, essa dor fica grande demais e precisa sair para não estourar o coração. E ela vai saindo com as lágrimas. Lágrimas conscientes, porém não menos verdadeiras. Não choradas de mentira, mas simplesmente porque precisam sair, já que o coração está cheio demais.
Sei que este texto parece um pouco depressivo, mas não é assim que me sinto. Queria poder explicar o que é, mas simplesmente não posso. É como se eu tivesse que passar por essa fase, derramar todas as lágrimas, escrever todos os poemas que saltarem do coração e jogá-los ao vento, não sei, é algo parecido com a ESPERANÇA; eu não sei explicar. Por isso, venho chamando este estranho sentimento apenas de CONSCIÊNCIA. Consciência de que vem algo por aí, algo bom, mas eu ainda não sei o que é.
Me agarro em todas as pistas, em qualquer indício do que possa ser para tentar descobrir, mas algo aqui dentro de mim diz que ainda não é hora. O coração ainda dói. A ferida não cicatrizou, mas vem reagindo bem.
Enquanto a anestesia não vem, choro e sinto aquela dor. Espero, pois sei que o remédio está a caminho.

"Eu vou contando as horas
E fico ouvindo passos
Quem sabe o fim da história
De mil e uma noites de suspense no meu quarto..."

(Kid Abelha - Lágrimas e Chuva)

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